tag:blogger.com,1999:blog-10163395258724037022024-03-12T15:42:32.746-07:00Porque as mudanças começam dentro de nósEste blog fala especialmente sobre parto, maternidade e assuntos correlatos... mas também sobre mim e sobre o que me cerca.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-62683535128976243812014-04-07T08:08:00.000-07:002014-04-07T08:08:01.583-07:00Mulheres do ABC denunciam violência obstétricaO momento do parto deveria ser o mais feliz da vida de toda mãe.
Deveria. Para algumas mulheres – um quarto das brasileiras, segundo
pesquisa da Fundação Perseu Abramo – o nascimento do filho virou uma
verdadeira história de terror na lembrança. Recusa de anestesia,
proibição de acompanhantes (<i>mesmo este sendo um benefício garantido por lei federal desde 2005</i>),
xingamentos e humilhações são relatos comuns a todas, que aos poucos,
vão perdendo o medo de denunciar e procurar seus direitos. No ABC, ao
menos seis mulheres já procuraram advogados para processar hospitais e
uma delas, a manicure e moradora de Santo André Elisângela Alberta de
Souza, já processa o Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, do
mesmo município.
<br />
No início de 2012, Elisangela deu à luz seu segundo filho no Hospital
da Mulher. Foi proibida de ser acompanhada pelo marido durante a
admissão no hospital, impedida de se movimentar durante o curto trabalho
de parto – já que chegou ao hospital quase dando à luz – e sofreu um
grande corte na vagina, conhecido como episiotomia, apenas para que os
residentes do hospital vissem como se faz o procedimento.<br />
Já foram realizadas duas audiências de conciliação, mas o hospital
não apresentou nenhum acordo. O julgamento está marcado para o dia 26 de
junho. “Minha expectativa não é nem de ganhar a ação, mas que tudo isso
jogue luz nessa questão. Que o judiciário e os gestores se sensibilizem
com o que as mulheres passam todos os dias. Quero deixar minha
mensagem”, declarou.<br />
A professora Juliana da Silva Santos também deu à luz ao filho no
mesmo hospital, em agosto de 2012. Assim como aconteceu com Elisangela,
Juliana foi impedida de escolher em que posição preferia ter o filho,
foi obrigada a tomar ocitocina na veia (<i>hormônio sintético para acelerar as contrações</i>),
a se submeter a uma episiotomia e ainda teve enfermeiras empurrando sua
barriga para apressar o nascimento. “Tentei argumentar com todas as
intervenções, mas fui coagida pela equipe. Além disso, no momento do
parto, ao menos 14 pessoas estavam na sala”, afirmou. Juliana está
avaliando com advogados a possibilidade de processar o hospital.<br />
<b>Violências</b><br />
A culinarista Laura Vitória Alonso, também moradora de Santo André,
passou por toda a violência no Hospital Santa Helena, em São Bernardo.
Durante o parto, ficou sozinha por mais de sete horas, impedida de se
alimentar e até de beber água; contou com a presença do marido apenas no
momento do nascimento da filha e não foi anestesiada, mesmo pedindo
inúmeras vezes. Sofreu violências físicas e verbais por parte da equipe
de enfermagem, além de ter sofrido a episiotomia e sutura do corte sem
anestesia. Aguardou mais de sete horas para ver e amamentar a filha.
“Sinto mais pelo que ela passou. Posso ter outro parto, ela não vai
nascer de novo”, declarou, emocionada. Laura está iniciando processo
contra o hospital.<br />
<br />
<br />
<b>Gestora fala em mudanças no Hospital da Mulher</b><br />
<br />
A superintendente do Hospital da Mulher, Rosa Maria Pinto Aguiar,
afirmou que o processo está sendo tratado pelo departamento jurídico e
que não comentaria, mas destacou que desde que assumiu a gestão do
equipamento, no início de 2013, tem trabalhado com a equipe para
implementar mudanças que visem à humanização do atendimento das
gestantes e o combate às práticas que possam ser violentas.<br />
“Claro que é um processo. Porém, determinamos que os acompanhantes
pudessem ficar com as gestantes desde a admissão até o momento do
nascimento. Após o parto, como os quartos são conjuntos, acompanhantes
masculinos permanecem apenas até as 22 horas, para que todas as mulheres
se sintam mais à vontade”, afirmou a médica. Rosa admite que, em
princípio, houve resistência por parte da equipe médica, mas que todos
estão se adaptando e que alguns profissionais foram, inclusive,
substituídos.<br />
A superintendente afirmou que em todos os casos, são oferecidos métodos
alternativos para as dores das contrações e que após o nascimento é
estimulada a amamentação e o vínculo entre mãe, pai e bebê. “Temos um
índice de 90% de aprovação, mas é claro que existem queixas. Os casos
são encaminhados da forma mais adequada”, garantiu.<br />
O Hospital Santa Helena de São Bernardo, citado por Laura Vitória, não
retornou à reportagem até o fechamento da edição. Casos de violência
obstétrica podem ser denunciados para a comissão da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) pelo e-mail direitos.humanos@oabsp.org.br, para a
ouvidoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 0800-701-9656
ou para o Disque Saúde do Ministério da Saúde, pelo nº 136 e no site do
Ministério Público Federal, www.cidadao.mpf.mp.br .<br />
<br />
* matéria de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, dia 05/04/2014. Link: http://www.diarioregional.com.br/2014/04/05/sua-regiao/minha-cidade/mulheres-do-abc-denunciam-violencia-obstetrica/ <br />
<br />
Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-88918126388524167002014-04-07T08:04:00.002-07:002014-04-07T08:05:41.125-07:00Taxa de cesariana na rede privada do ABC é de 87,5%Levantamento realizado pela reportagem do Diário Regional junto às
prefeituras do ABC identificou que, em 2013, dos 10.891 nascimentos
ocorridos em hospitais privados até agosto, 87,5% foram por via
cirúrgica. A taxa é quase seis vezes maior do que a recomendação da
Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma que as cesarianas não
devem ultrapassar 15% do total dos nascimentos. Na rede pública, o
número é menor, mas ainda longe do ideal: 43,6% dos bebês nasceram em
cirurgias. A taxa total da região é de 65,2% de cesáreas, no total de
22.066 nascimentos. Em 2011, a taxa ficou em 64,68%.
<br />
O coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Saúde do Consórcio
Intermunicipal do ABC e secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur
Chioro, classificou a situação dos hospitais privados como epidêmica.
“Não tem nada, ciência, evidência cientifica, não tem boas práticas
médicas que possam justificar isso”, afirmou. Chioro destacou que,
apesar das prefeituras terem responsabilidade pela promoção da saúde em
todo o território, a capacidade de regulação sobre os serviços privados é
praticamente nenhuma. “A não ser os instrumentos de vigilância
sanitária e a capacidade de convencimento. Dialogar, chamar (os
gestores), identificar os problemas associados a essa epidemia de
cesariana”, completou.<br />
“Porém, acho que, fundamentalmente, nosso maior papel é em relação à
conscientização da população, em particular das mulheres, da
revalorização do parto normal”, completou. Para o coordenador, em muitos
casos, são as próprias gestantes que já chegam aos consultórios
particulares e de convênios pedindo pela cesariana. “As mulheres
precisam compreender que um parto normal não é necessariamente um parto
com dor. Bem cuidado, bem assistido, só tem vantagens. Para o bebê que
nasce na hora certa e, portanto, tem menos prematuridade, e para a
mulher por que não é cirurgia”, explicou.<br />
Documentário<br />
Lançado este ano, o documentário O Renascimento do Parto, apresenta
diversos relatos de mulheres que foram submetidas a cesarianas, não por
opção, mas porque foram induzidas de alguma forma pelos médicos, com
alegações não baseadas em evidências científicas. Mães, pais e
profissionais que apoiam o parto normal relatam como essa experiência
pode ser traumática e a cesárea sem indicação médica clara é
classificada como violência obstétrica.<br />
O professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina do ABC Mauro
Sancovski entende que essa afirmação é temerária. “Podemos acreditar que
em alguns casos o critério para realização da cesárea não obedeceu a
uma indicação de natureza estritamente obstétrica, mas podendo ser de
interesse mútuo do médico assistente e da mulher, desta forma o
consentimento desqualifica este rótulo”, pontuou.<br />
“Em se tratando se hospitais privados, em muitos casos a gestante e o
médico que vai assisti-la já tiveram muitos contatos prévios no
pré-natal e a cesárea, mesmo quando eletiva, já foi acordada. Em casos
onde o médico optou sem as devidas justificativas e sem o aval da
gestante ou da parturiente, poderíamos sim, considerar como uma
violência obstétrica”, completou.<br />
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e a Associação
Nacional de Hospitais Privados (Anahp) foram procuradas, mas se
abstiveram de comentar os dados.<br />
<br />
* matéria de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, no dia 19/10/2013. Link: http://www.diarioregional.com.br/2013/10/19/sua-regiao/minha-cidade/taxa-de-cesariana-na-rede-privada-do-abc-e-de-875/ Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-88918894874243389212014-04-07T08:03:00.001-07:002014-04-07T08:05:30.851-07:00Processo contra violência obstétrica que tramita em Santo André é a primeira do gênero na regiãoA manicure e moradora de Santo André Elisangela Alberta de Souza é
autora da primeira ação que trata de violência obstétrica no ABC. No
início de 2012, Elis deu à luz seu segundo filho no Hospital da Mulher,
em Santo André. Tendo se preparado durante toda a gestação para um parto
normal e sem intervenções e sabendo que teria seu filho em um hospital
considerado referência na região, a munícipe nunca imaginou que passaria
por momentos de violência.
<br />
Elis passou todo o início do trabalho de parto em casa e só foi para o
hospital quando as contrações já estavam com intervalos bem curtos, o
que indica que o nascimento está próximo. “Já cheguei ao hospital com
dilatação total, mas fiquei sozinha na triagem, pois não permitiram que
meu marido me acompanhasse”, disse. Mesmo com o filho já praticamente
nascendo, a médica que atendeu o parto (e que é ré no processo) estourou
a bolsa artificialmente e realizou uma episiotomia (corte na vagina),
procedimentos desaconselhados a serem feitos rotineiramente pela
Organização Mundial de Saúde.<br />
“Acreditamos que os procedimentos foram feitos porque dentro da sala
de parto estavam alguns residentes. A minha cliente não foi consultada
nem informada sobre nenhum deles, o que configura violência obstétrica”,
explicou a advogada Priscila Cavalcanti. A audiência de conciliação
aconteceu no Fórum de Santo André no dia 21 de novembro, mas a médica
(que não teve seu nome divulgado) não compareceu, pois não foi avisada a
tempo. A representante oficial do hospital não propôs acordo
conciliatório e a audiência foi remarcada para 14 de março de 2014.
“Tanto a conciliadora quanto a representante do hospital se emocionaram
muito com o relato. Achamos isso curioso e positivo”, completou a
advogada.<br />
Para Elis, houve muita receptividade para um assunto que ainda é novo
nos tribunais e que sua expectativa é mostrar que as mulheres, enquanto
cidadãs, têm direitos e que o mínimo que todas têm a fazer por si e por
seus filhos é brigar por eles. “Estou muito satisfeita, pois foi muito
positiva a primeira impressão. Foram 21 meses de busca, leitura, estudo,
conversa em grupos virtuais e presenciais, terapia, amigas. Foi uma
saga”, concluiu.<br />
<br />
* matéria de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, no dia 24/11/2013. Link http://www.diarioregional.com.br/2013/11/24/sua-regiao/minha-cidade/acao-que-tramita-em-santo-andre-e-a-primeira-do-genero-na-regiao/ Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-40703742981708288322014-04-07T08:01:00.002-07:002014-04-07T08:27:09.532-07:0025% das mulheres sofrem violência em maternidades brasileiras<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-74l4o-zGDeE/U0LB6h-uSCI/AAAAAAAAA3A/XPd83mCdTvE/s1600/Viol%C3%AAncia+Obst%C3%A9trica_Carla+Raiter_episiotomia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-74l4o-zGDeE/U0LB6h-uSCI/AAAAAAAAA3A/XPd83mCdTvE/s1600/Viol%C3%AAncia+Obst%C3%A9trica_Carla+Raiter_episiotomia.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Foto integrante do projeto 1em4 de Carla Raiter</div>
<br />
<br />
A violência obstétrica é um termo relativamente novo, mas sua
prática, tão antiga quanto se possa imaginar. É aquela enfermeira que
diz para a mulher que está com contrações: “na hora de fazer não chorou,
por que está chorando agora?” Ou aquele anestesista que briga com a
gestante, que não ‘para quieta’, para que aplique a anestesia.Ou aquele outro profissional de saúde, médico ou enfermeiro, que sobe
sobre a barriga da mulher, para acelerar o processo de saída do bebê.
Esses relatos foram feitos por moradoras do ABC e são a realidade de
muitas outras, Brasil a fora.<br />
<br />
<span style="line-height: 1.3em;">Pesquisa da Fundação Perseu Abramo,
realizada em 2010, identificou que 25% sofreram algum tipo de violência
durante atendimento em maternidades públicas e privadas, como exames
feitos de forma dolorosa, falta de informação sobre os procedimentos que
seriam realizados, gritos, xingamentos e até agressões físicas. Outros
tipos mais sutis de violência, mas que também estão presentes na
realidade das gestantes brasileiras, são as cesáreas indesejadas
(normalmente indicadas apenas por conveniência médica) e longos períodos
de afastamento dos bebês após o nascimento.</span><br />
<br />
A professora Claudia Martinez da Conceição, moradora de Santo André,
relata que começou a sentir contrações no dia em que completou 36
semanas de gestação. “Fui para o hospital com meu marido e depois de
passar por um exame de toque (exame que avalia a dilatação) sem ao menos
ter sido avisada, aguardei por mais de uma hora para conseguir realizar
um cardiotoco (avaliação dos batimentos do coração do bebê)”, afirmou.<br />
<span style="line-height: 1.3em;"><b>Cesariana</b></span><br />
Claudia conta que após aguardar algumas horas, foi informada que
seria submetida a uma cesariana, mas não disseram por quais motivos. “Me
transportaram para o centro cirúrgico, uma sensação horrível, deitada
naquela maca gelada, com medo, assustada. Para dizer a verdade
apavorada”, afirmou.<br />
Os efeitos da violência que as mulheres passam, seja por maus tratos,
seja por terem sido submetidas uma cesárea indesejada, foram objeto de
estudo da psicóloga Heloisa Salgado, que apresentou no Programa de
Póss-graduação da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São
Paulo (USP) a dissertação A experiência da cesárea indesejada:
perspectivas das mulheres sobre decisões e suas implicações no parto e
nascimento.<br />
“Recebi relatos profundos e impressionantes de mulheres que
compartilharam comigo essa sua experiência e que encontraram um espaço
para dividir suas vivências e, principalmente, elaborá-las”, afirmou.
“Várias mulheres consideraram que essa oportunidade serviu de processo
para entender o que tinham vivido e que compartilhar as ajudavam
pessoalmente na elaboração, bem como ajudariam outras mulheres a evitar
passar pelo mesmo”, explicou.<br />
<br />
<div>
<b>Para médico, discussões sobre o tema podem mudar conduta</b><br />
</div>
<div>
O professor de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do
ABC e Diretor Técnico do Hospital da Mulher de Santo André, Mauro
Sancovski, acredita que os debates que vêm sendo realizados a cerca da
violência obstétrica vão acabar por modificar o modelo de atendimento
nas maternidades. “A gente vive um momento de discussão em todas as
áreas. As mulheres estão entendendo que alguns procedimentos não são
mais aceitáveis”, afirmou.<br />
</div>
Segundo o professor, as faculdades de medicina já têm a preocupação
de mudar o perfil de atendimento das gestantes. “Orientamos que as
mulheres sejam ouvidas, informadas sobre todos os procedimentos,
respeitadas na sua individualidade”, explicou.<br />
Apesar do discurso otimista do médico, os dados revelam uma realidade
diferente. Pesquisa da Fundação Perseu Abramo, realizada em 2010,
identificou que 25% das mulheres sofreram algum tipo de violência
durante atendimento no parto ou no pré-natal. “Sei que existe uma
resistência por parte de alguns médicos e profissionais da área, em
especial os mais velhos. Precisamos continuar insistindo na mudança
dessa postura”, completou.<br />
<br />
<b>Em Belo Horizonte, mulher move primeiro processo contra hospital</b><br />
<br />
<span style="line-height: 1.3em;">A auxiliar administrativo Ana Paula
Garcia se preparou muito para ter um parto natural. Aos oito meses de
gravidez, foi surpreendida com um trabalho de parto prematuro. Com o
rompimento da bolsa, chegou em uma maternidade particular de Belo
Horizonte (MG) faltando apenas dois centímetros para dilatação total e
nascimento de sua primeira filha.</span><br />
Ana Paula foi anestesiada mesmo se negando a receber o medicamento.
“Disseram que eu não era índia para aguentar um parto sem tomar nada”,
lembrou. Após uma série de procedimentos feitos contra sua vontade, como
corte na vagina para aumentar o canal de passagem do bebê, ter sido
anestesiada e impedida de se movimentar logo após o nascimento, Ana teve
de conviver com a morte do bebê, após uma gestação saudável e sem
qualquer intercorrência.<br />
“Ninguém me explicou o que realmente tinha acontecido. Reclamei no
Ministério da Saúde, no convênio, na ouvidoria do hospital, no Conselho
Regional de Medicina de Minas Gerais e na Agência Nacional de Saúde
Suplementar. Não obtive nenhum retorno. Conheci minha advogada e juntas
resolvemos ajuizar ação civil por violência obstétrica contra a equipe, o
plano de saúde e o hospital”, declarou.<br />
Essa é a primeira ação do gênero. “O processo apresenta o conceito de
violência obstétrica, que ainda não existe para o judiciário. Não é um
processo por erro médico. Questiona toda a conduta da equipe, é contra o
proceder, o tratar, o atendimento contrário aos direitos humanos”,
explicou a advogada Gabriela Sallit. “A Ana não quer que ninguém seja
preso. O que esperamos é uma mudança de comportamento”, completou.<br />
<br />
<span style="line-height: 1.3em;"><b>Projeto fotográfico denuncia agressões na internet</b></span><br />
<br />
<br />
<div>
A fotógrafa Carla Raiter é especialista em ensaios de partos
humanizados. “Fotografar esse nascimentos era uma forma de me manter
envolvida com o tema (depois do nascimento do filho) ajudando outras
mulheres em várias redes de apoio e mostrando o quão respeitoso e bonito
um parto pode ser”, explicou. Porém, o sentimento de que aquele era só
mais um projeto, no meio de tantos, a levou a abordar outro tema. Em
uma conversa com Caroline Ferreira, sua parceira no Projeto 1:4, surgiu a
ideia de retratar a violência obstétrica.</div>
O nome do projeto é uma menção à pesquisa da Fundação Perseu Abramo,
que aponta que uma em cada quatro mulheres passa por violência
obstétrica. Carla usa fotos em preto em branco e os depoimentos
“tatuados na pele” para retratar as experiências. “O objetivo é
denunciar, chamar atenção e promover o debate sobre o tema. Tenho
percebido que as marcas que esse tipo de violência deixa são muito
maiores do que imaginávamos quando idealizamos o projeto”, explicou. “Os
sentimentos são de lembranças negativas, de partos roubados, de corpos
invadidos, de abandono e dor. Há mulheres que afirmam que o desejo de
ter vários filhos foi extinto depois do primeiro parto”, completou.<br />
<span style="line-height: 1.3em;">Carla acredita que a proporção de
mulheres que passam por esse tipo de violência seja bem maior do que um
quarto do total. “Apesar de haver os casos extremos que não deixam
dúvidas, na maioria das vezes a violência obstétrica é muito sutil,
entra nas práticas médicas de forma muito amalgamada”, afirmou. O
projeto pode ser conferido no Facebook, pelo link
www.facebook.com/projeto1em4.</span><br />
<br />
<span style="line-height: 1.3em;">*matéria </span><span style="line-height: 1.3em;">de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, no dia 28/04/2013. Link: http://www.diarioregional.com.br/2013/04/28/sua-regiao/minha-cidade/regional/25-das-mulheres-sofrem-violencia-em-maternidades-brasileiras/ </span>Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-76511259675272675212014-04-07T07:59:00.002-07:002014-04-07T08:05:02.726-07:00Diadema aprova lei contra violência obstétricaA Câmara de Diadema aprovou no fim de setembro projeto de lei que
dispõe sobre a implementação de medidas de informação à gestante e
parturiente sobre a Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal,
visando, principalmente, à proteção contra a violência obstétrica nos
hospitais públicos e privados da cidade. O projeto 077/2013 é de autoria
do vereador João Gomes e foi aprovado por unanimidade pelos demais
parlamentares. O prefeito tem até 15 deste mês para sancionar o texto.
<br />
Gomes, que também é pastor, explicou que durante muitos anos realizou
trabalhos sociais em presídios e soube de relatos de detentas que
passaram por diversas violências durante o nascimento de seus filhos.
“Uma deu à luz em um banheiro sujo, algemada, sem as mínimas condições”,
afirmou. “Também chegou até nós depoimentos de mulheres que foram mal
tratadas em hospitais. Submetidas a repetidos exames de toque, em
situações muito humilhantes”, completou.<br />
Assessorado por sua equipe, o vereador fez extensa pesquisa sobre o
assunto, a fim de formular uma lei que pudesse coibir essa prática, que
segundo dados da Fundação Perseu Abramo, foi vivenciada por 25% das
mulheres entrevistadas em 2011. “Nossa expectativa é que o projeto seja
sancionado em breve. Praticamente não vai gerar custos ao município,
pois poderá ser implementado por meio de palestras de conscientização da
equipe. Caberá à prefeitura também fiscalizar os hospitais privados”,
detalhou.<br />
O texto da lei classifica como violência obstétrica diversas
situações, como fazer graça ou recriminar a parturiente por qualquer
comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas;
indicar cesariana sem respaldo nas evidências científicas; e impedir que
a mulher seja acompanhada por alguém de sua escolha durante todo o
trabalho de parto. “O projeto, inclusive, ratifica a Lei do
Acompanhante, promulgada em 2005, mas que ainda é desrespeitada”,
completou o parlamentar.<br />
A prefeitura deve elaborar cartilha explicando em termos claros os
direitos das gestantes e parturientes e fiscalizar a fixação de cartazes
com as mesmas informações nos estabelecimentos de saúde. Diadema é a
primeira cidade do país a ter uma legislação que trata da violência
obstétrica. “Foi o pontapé inicial. Já estou em contato com vereadores
de outras cidades e também com os órgãos superiores do partido (PRB)
para que essa iniciativa chegue a outros municípios”, finalizou. O
vereador será homenageado pelo Movimento de Doulas e Parteiras do ABC no
próximo dia 19, durante encontro municipal do PRB Mulher realizado na
Câmara de Diadema.<br />
<br />
*matéria de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, dia 09/10/2013. Link http://www.diarioregional.com.br/2013/10/09/sua-regiao/minha-cidade/diadema-aprova-lei-contra-violencia-obstetrica/ Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-17003238728944569452014-04-07T07:58:00.001-07:002014-04-07T08:04:50.949-07:00OAB cria comissão sobre violência obstétricaO termo violência obstétrica é desconhecido por muitas pessoas,
inclusive pelas vítimas. Mulheres que durante o trabalho de parto e o
parto são xingadas, humilhadas ou ouvem piadinhas das pessoas que as
atendem; que têm o direito ao acompanhante negado ou são submetidas as
procedimentos sem aviso ou consentimento. Pesquisa de 2010 da Fundação
Perseu Abramo identificou que um quarto das parturientes passou por uma
situação de violência e, por isso, a Comissão de Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)SP criou a Coordenadoria da Violência
Obstétrica.
<br />
O objetivo é dar voz às mulheres agredidas durante a gestação, parto e
pós-parto. “As ações mais citadas no estudo (Mulheres brasileiras e
Gênero nos espaços público e privado) são gritos, intervenções sem o
consentimento informado, exames dolorosos, não oferecimento de métodos
para alívio da dor e negativa de atendimento”, explicou a advogada e
integrante da comissão Tatiana Jaskow MacNicol.<br />
Os trabalhos estão no início, mas já foram constatadas condutas
inadequadas e rotineiras nas maternidades como, por exemplo, o contínuo
desrespeito à Lei do Acompanhante (que prevê o direito da parturiente de
estar acompanhada por alguém de sua escolha durante todo o processo do
parto e nascimento); a separação da mãe e do bebê saudável nas primeiras
horas de vida; e o alto índice de cesáreas eletivas realizadas sem
necessidade clínica, baseadas na comodidade médica, coação e/ou
dissuasão da gestante.<br />
Demandas<br />
Não existe prazo para a conclusão dos trabalhos e, segundo Tatiana, não é
possível, ainda, ver o fim das demandas. “O números de irregularidades,
crimes e más condutas é assustador. Os casos são diversos e exigem
condutas diferenciadas. Atualmente encaminhamos para o Ministério
Público alguns relatos que, em conjunto, mostram um “modus operandi”
desumano dentro de renomadas maternidades paulistas, o que muito
provavelmente resultará na abertura de inquéritos”, esclareceu a
advogada.<br />
A falta de entendimento do judiciário sobre o que é violência
obstétrica também é uma dificuldade. “A legislação pátria ainda não
tipificou esse tipo de crime e também não existe entendimento
jurisprudencial. Porém, a exemplo de países vizinhos, acredito que
estamos caminhando para ordenamentos específicos e em breve teremos as
primeiras sentenças de ações judiciais que tramitarem pelos fóruns com
essa temática”, completou. A Câmara de Diadema aprovou em setembro a
primeira legislação do país que combate a violência obstétrica. A lei
077/2013 aguarda sanção do prefeito Lauro Michels.<br />
Denúncias para a comissão da OAB podem ser feitas pelo e-mail
direitos.humanos@oabsp.org.br, para a ouvidoria da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS) 0800-701-9656 ou para o Disque Saúde do
Ministério da Saúde, pelo nº 136. “Os canais funcionam de modo geral,
mas seria de grande valia uma capacitação dos atendentes em relação à
violência obstétrica”, concluiu a advogada.<br />
<br />
*matéria de minha autoria, originalmente publicada no Diário Regional, no dia 24/11/2013. http://www.diarioregional.com.br/2013/11/24/editorias/noticias-gerais/oab-cria-comissao-sobre-violencia-obstetrica/ Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-59373302557311929862013-12-19T05:11:00.002-08:002013-12-19T05:27:49.589-08:00A maternidade e o pesoQuando nos tornamos mãe, toda nossa vida muda. Tudo. Desde a textura do cabelo, a quantidade de pelos no corpo, o formato dos seios, da barriga. E não é apenas uma mudança física. Nossa visão de mundo, nossas perspectivas, nossos objetivos, nossas prioridades. É uma verdadeira revolução. Junto com aquela criança, nasce uma nova mulher. Aconteceu comigo, tenho certeza que acontece com todas, em menor ou em maior proporção (ou percepção!).<br />
<br />
Fui uma adolescente gorda. Ou pelo menos era assim que me enxergava. Hoje, olhando minhas fotos de 15, 10 anos atrás, percebo o quanto tinha uma imagem distorcida de mim mesma. É verdade que na fase onde me achava mais acima do peso e inadequada, evitava tirar fotos. Não existiam as câmeras digitais de hoje e era mais fácil manter o anonimato. Mas os registros que eu tenho, com 15, 16, 18 anos, mostram uma garota nem gorda nem magra.<br />
<br />
Esse sempre foi o meu trauma. Ser gorda. Cheguei a pesar 79 quilos perto dos 19 anos. Com 1,62, não era exatamente proporcional. Depois que entrei na faculdade, a correria de estudar e trabalhar e um regime que consistiu em não jantar e não comer arroz e feijão no almoço me ajudou a perder mais de 10 quilos. Fiquei magra. Mas sempre me achava gorda.<br />
<br />
Quando engravidei, estava com os meus tão queridos 60 quilos. Sempre foi difícil me manter nesse peso, então, fiquei em pânico pensando nos quilos que iria ganhar. Enjôos fortes no primeiro trimestre e um medo enorme de virar uma baleia me ajudaram a segurar a onde e engordar 10 quilos durante toda a gestação.<br />
<br />
Depois do parto e com a amamentação prolongada até os 3 anos, não foi difícil ficar novamente na casa dos 60. Até dois anos atrás, quando a Ana Beatriz desmamou. Desde então, engordei oito quilos e hoje peso 68. Não são os 79 que me apavoravam, mas também não são os 60 que me deixavam mais feliz.<br />
<br />
E é aí que entram as mudanças. Porque hoje, não me sinto infeliz com o meu corpo. Hoje, o que me incomoda são as roupas que não me servem e se tivesse dinheiro acho que trocava todo o meu guarda-roupa. Acho que a maternidade faz a gente enxergar como essas preocupações são pequenas.<br />
<br />
Penso também no risco de mostrar para a minha filha, desde cedo, que essa preocupação com o peso deve motivar a nossa vida. Não tive esse exemplo da minha mãe. Também porque ela sempre foi magra. Minha mãe era magra, minhas primas eram magras, só eu era gorda. Ou me achava gorda. E é isso. A maternidade já é pesada o bastante para a gente se preocupar com outros pesos.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-12676324181629507542012-08-28T08:19:00.000-07:002012-08-28T08:19:11.844-07:00Doença de mãe, doença de filha<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/--z7Z5KROmOU/UDzg9D5OvgI/AAAAAAAAAwc/F4SC6HE083Y/s1600/bia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/--z7Z5KROmOU/UDzg9D5OvgI/AAAAAAAAAwc/F4SC6HE083Y/s320/bia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Bia, na última atividade antes das férias, ainda com os 'olhinhos caídos'</i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Se existe uma coisa que a maternidade me ensinou é que não
há nada mais desesperador que um filho doente. A sensação de impotência que me
invade a cada febre, a cada tosse, a cada vez em que minha pequena não está
bem, é algo indescritível.</div>
<div class="MsoNormal">
A Bia sempre foi uma criança muito saudável. Nunca teve
diarreia, nunca ficou internada, nem nunca ficou derrubada por causa de um
resfriado. Até maio deste ano, quando entrou na escola.<br />
Logo na segunda semana, pegou catapora. E depois tosse, infecção de garganta,
sinusite. Passou um mês doente. Remédio nenhum dava jeito e ela continuava
prostrada, desanimada, cansada. Desespero é a palavra que define meu estado de
espírito nesse período.</div>
<div class="MsoNormal">
Achei, também, que as doenças estavam sendo agravadas por
uma questão psicológica. A Bia, que antes de começar na creche estava super
ansiosa, fantasiando sobre colegas e professores, desde a segunda semana de
aula chorava muito, desde a hora em que eu a acordava. E mesmo admitindo que
brincar na escola era legal, ela afirmava a todo tempo que não gostava, que não
queria ir para a aula. </div>
<div class="MsoNormal">
Logo, o fato de não querer ir para a escola, no meu
entendimento, estava deixando seu sistema imunológico ainda mais frágil e
suscetível aos vírus e bactérias. Quase ninguém concordou comigo,
principalmente os médicos que a atendiam toda semana, com febre e desanimada.</div>
<div class="MsoNormal">
Segui meu coração e meus instintos e no mês de julho não a
mandei para a creche. Mesmo sabendo que seria importante para sua adaptação
continuar a freqüentar as aulas, considerei mais importante ainda sua completa
recuperação. E ela melhorou.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas a falta de experiência com essa situação, de ver minha
filha doente, desencadeou em mim uma situação que nunca tinha enfrentado antes:
entrei em depressão. Me culpando por te-la mandado para a escola (mesmo
acreditando que é positiva essa experiência), me cobrando por não ser mais
presente, me perdendo no meio de uma situação que eu não podia controlar. </div>
<div class="MsoNormal">
E percebi que a palavra DEPRESSÃO significa “o que vem da
pressão”. Por que o mundo não para e espera a crise passar. Trabalho, casa,
marido, continua tudo lá, esperando minhas decisões. Não foi sem apoio que
consegui passar por isso. Dos meus pais, do meu marido, dos meus amigos, de
pessoas que foram muito solidárias, mesmo quando eu não esperava por isso.</div>
<div class="MsoNormal">
A Bia voltou para a escola. Já teve novos resfriados, mas
dessa vez bem mais tranquilos. Já não chora para ir para a aula, e acho que
isso contribuiu muito.Também estou tentando, através da homeopatia, dar um
forcinha para o seu sistema de defesa.</div>
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E disso tudo, tirei duas lições: primeiro, que o que
não me mata, me fortalece. Segundo, que às vezes é preciso admitir que perdemos
o controle, dar vazão à frustração, à angústia, para então começar de novo.</span><br />
Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-81952209669580377472012-08-14T08:18:00.000-07:002012-08-14T08:18:27.306-07:00Relato de um desmame<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-KdrMnzfmic4/UCprztdiakI/AAAAAAAAAwE/-gIMQmr42u8/s1600/bia+mamando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-KdrMnzfmic4/UCprztdiakI/AAAAAAAAAwE/-gIMQmr42u8/s320/bia+mamando.jpg" width="297" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Aqui, a Bia com 1 ano e 8 meses, mamando, mamando, mamando...</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Tem quase seis meses que a Bia desmamou. Exatamente no dia
17 de fevereiro de 2012, sábado de Carnaval, ela me falou: “mãe, eu não quero
mais mamar!”. É verdade, ela já havia falado o mesmo em outras ocasiões, e em
todas elas, voltou atrás.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas daquela vez, foi diferente. Já há muitos dias, talvez
alguns meses, a amamentação vinha gradualmente diminuindo. Só de noite ou só de
manhã. Não a amamentava mais de madrugada, mesmo que ela me chamasse durante a
noite e eu fosse deitar na sua cama. Fizemos um acordo: “o tetê precisa dormir,
descansar”, eu dizia.</div>
<div class="MsoNormal">
Sim, por que três anos e três meses de amamentação estavam
me cansando. Em alguns momentos, até me estressando. Quando chegava a nossa
casa e tinha os serviços domésticos para fazer, e a Bia queria ficar mamando...
quando estava dormindo, às 3 horas da manhã, depois de amamentar bastante, e
mesmo assim a Bia queria ficar mamando.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas mesmo nos momentos de mais cansaço, eu lembrava de duas
coisas: amamentar até tarde foi minha opção. E quando ela parasse de mamar,
seria para sempre. E o para sempre chegou. Naquele sábado de manhã, quando ela
me disse: “mãe, eu não quero mais mamar!”.</div>
<div class="MsoNormal">
Depois de uns cinco ou seis dias, a Bia disse que queria o
‘mamá’. Mas eu não dei. Disse que havia acabado, que o tetê estava estragado.
Achei que era a hora de ajudar a força de vontade dela. A Bia passou, então, a
dormir com freqüência na casa da avó paterna. Muitas vezes, não queria voltar
para casa. Eu me senti uma ‘marmita vazia’. O desmame não foi fácil nem para
ela, nem para mim.</div>
<div class="MsoNormal">
Passamos algum tempo com ela pedindo e eu negando. Até que
ela parou de pedir. Hoje, não sei se ela se lembra de quando ainda mamava. Ás
vezes ela fala: “Lembra, mãe, quando eu mamava no seu peito? Agora eu já
cresci”, ela diz.</div>
<div class="MsoNormal">
Confesso que sinto muita falta da amamentação. De deitar com
ela e dar o peito até ela dormir. De viver esse momento que era só nosso, que
ninguém podia substituir.</div>
<div class="MsoNormal">
Ainda hoje, em 90% das noites ela só dorme se deitarmos
juntas. Ela não quer mais dormir na avó ou em nenhum outro lugar em que o pai e
eu não estejamos. </div>
<div class="MsoNormal">
A nossa ligação forte, o nosso laço estreito, que muitos
falavam que iria diminuir com o fim da amamentação, continua cada vez maior. Me
orgulho muito de ter amamentado o quanto foi possível, de ter feito o que eu
sempre disse que iria fazer: dar de mamar até quando minha filha quisesse.</div>
<div class="MsoNormal">
E esses dias, deitadas para dormir, depois de rezarmos para
o Anjo da Guarda, ela falou: “Obrigada, Deus, por ter uma mãe tão boa, que
cuida de mim com carinho”. Chorando, claro, eu agradeci a Deus por ter uma
filha tão especial, esperta e inteligente, que me faz querer ser, a cada dia,
uma pessoa melhor. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ZK6dUR3qGI0/UCpsCg9xB_I/AAAAAAAAAwM/WKeKCBdm5T8/s1600/bia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-ZK6dUR3qGI0/UCpsCg9xB_I/AAAAAAAAAwM/WKeKCBdm5T8/s320/bia.jpg" width="240" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><span style="font-size: x-small;">Bia com 3 anos e 2 meses, um pouco antes de parar de mamar</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-80448180243176491102012-08-14T08:14:00.000-07:002012-08-14T08:14:54.988-07:00Você conhece os coletores menstruais?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-BxaWepflXD8/UCprDUb1MlI/AAAAAAAAAv8/yRhnrVsW80Y/s1600/1108+-+A-14+mulher.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-BxaWepflXD8/UCprDUb1MlI/AAAAAAAAAv8/yRhnrVsW80Y/s320/1108+-+A-14+mulher.jpg" width="186" /></a></div>
<br />Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-16986767887983617312012-08-14T08:11:00.000-07:002012-08-14T08:11:41.206-07:00Partos em casa somam 0,13% dos nascimentos Matéria minha publicada no Diário Regional em 09/07/2012<br />
<br />
O tema ‘parto domiciliar’ tomou conta de diversas mídias, após o programa Fantástico, da TV Globo, ter exibido um vídeo que está fazendo sucesso na internet. A gravação mostra um casal de Campinas que escolheu a própria casa para a chegada do primeiro filho. No ABC, de acordo com dados do Datasus, apenas 0,13% dos nascimentos ocorridos em 2010 foram domiciliares – 49 em um total de 36.156.<br />
<br />
Por outro lado, nos dados não é possível concluir em quais casos isso foi planejado. “Infelizmente, ainda existe muito erro na Declaração de Nascido Vivo. Então, se a mulher deu à luz em uma ambulância, a caminho do hospital, no supermercado ou mesmo no local de trabalho, muitas vezes essa informação consta como nascimento domiciliar”, esclareceu Deborah Delage, doutoranda em Saúde Pública no Departamento Materno Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras do Maternamente, grupo de apoio às gestantes e à maternidade ativa no ABC.<br />
<br />
Segundo as parturientes, a falta de respeito às suas vontades quanto ao momento do nascimento é um dos principais fatores que as motivam a escolher o lar para trazer o filho ao mundo.<br />
<br />
“Existe um grupo grande de pessoas, inconformado com o péssimo atendimento dado às gestantes, com os altos índices de cesáreas e com a falta de respeito às escolhas das mulheres, que se articula há dez anos para defender a causa”, explicou Deborah, que participou da Marcha pelo Parto em Casa na Capital paulista, no mês passado.<br />
<br />
O movimento, que aconteceu simultaneamente em mais de 20 cidades brasileiras, foi uma resposta ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, que pediu ao órgão de São Paulo punição para o médico paulista Jorge Kuhn, que apareceu na televisão defendendo o parto domiciliar para gestantes de baixo risco.<br />
<br />
A coordenadora do Maternamente afirma que esse é o momento de aproveitar o ‘barulho’ para aumentar as discussões sobre o tema. “Fechamos 2011 com 52% de nascimentos via cesarianas. O que as escolas de medicina ensinam como atendimento humanizado é não deixar a mulher sentir dor em nenhum momento, mas isso não é humanizar. Humanizar é respeitar as escolhas da mulher”, finalizou.<br />
<br />
<b>Mulheres defendem experiência</b><br />
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<br />
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<i><span style="font-size: x-small;">Carol amamenta Elis, que nasceu em casa, em São Bernardo (foto: Adonis Guerra)</span></i><br />
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A jornalista Carol Valente passou pela experiência de dar a luz em casa há pouco mais de um ano. O nascimento de sua filha, inicialmente programado para acontecer em um Centro de Parto Normal mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Zona Leste da Capital, ocorreu em sua residência. “Combinei com uma obstetra, que conheci nas reuniões do Maternamente, que ficaria comigo até a hora de ir para o Centro, mas o trabalho de parto foi mais rápido do que esperávamos e a Elis nasceu em casa mesmo. Apesar de não ter sido como planejado, hoje entendo como a melhor opção”, afirmou a moradora de São Bernardo, reforçando que caso tenha mais um filho também optará pelo nascimento em domicílio.<br />
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Outra moradora de São Bernardo, a fonoaudióloga Aline Gerbelli aderiu a ideia na segunda gestação. “Meu primeiro filho nasceu no hospital, e apesar de ter sido um parto vaginal, fui submetida a várias intervenções, mesmo contra a minha vontade. Tomei anestesia, soro com hormônio, e nada disso estava nos meus planos. Sem falar no atendimento muito impessoal que recebi”, reclamou.<br />
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Aline contratou uma enfermeira obstetra, que foi o único profissional a assistir seu parto. “Foi completamente diferente. O respeito com que fui tratada, poder esperar a hora do nascimento sem nada para apressar. As dores foram muito menores, mesmo sem nenhum método farmacológico para controle. Fora o fato de estar perto do meu marido, do meu filho mais velho”, explicou.<br />
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“Durante o pré-natal, comentei com o médico da UBS (Unidade Básica de Saúde) que meu marido e eu havíamos optado pela Casa de Parto. Ouvi do médico que não precisava disso, que o local não contava com UTI (Unidade de Tratamento Intensivo)”, relatou Carol. “Meu sentimento foi de raiva. Não estava doente, minha filha não estava doente, não precisávamos de uma UTI”, completou. O Grupo Maternamente conta com um blog e o endereço é maternamente.blogspot.com.<br />
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<b>O que você precisa saber sobre o assunto</b><br />
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O parto domiciliar é indicado para toda mulher que desejar passar por essa experiência, desde que sua gestação seja de baixo risco. “Qualquer gestante que não tenha tido durante a gravidez intercorrências que apontem para a necessidade de assistência hospitalar, de um ambiente hospitalar na hora do parto. Como intercorrências podemos citar pressão alta com conseqüente perda de proteína (identificada por exames) que podem resultar em um quadro de eclampsia ou pré-eclâmpsia; bebês muito grandes (com mais de cinco quilos) ou diabete fora de controle”, explicou Deborah Delage, doutoranda em Saúde Pública no Departamento Materno Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras do Maternamente, grupo de apoio às gestantes e à maternidade ativa no ABC.<br />
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Os custos são variáveis, dependendo da equipe que vai assistir ao parto. “Aqui no ABC não temos médicos da região que assistam partos domiciliares. O que a gente sabe, pelo que ouvimos as mães contarem, é que em um hospital privado uma equipe para o parto pode custar entre R$ 10 e R$ 12 mil. Para um atendimento domiciliar, já ouvi falar em R$2, em R$ 4 mil. Porém, a questão financeira não pode ser um dos motivos principais. É importante frisar que quando falamos em parto domiciliar não se trata de um evento desassistido”, destacou a coordenadora.<br />
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Segundo Deborah, existem diversas pesquisas e estudos, baseados em evidências científicas, de que não existem riscos aumentados para o parto domiciliar, sendo os mesmos possíveis para um parto normal em ambiente hospitalar. Quanto aos benefícios, são citados pelas mulheres que passaram por essa experiência a segurança de estar em um ambiente conhecido; o respeito às suas vontades por parte dos profissionais contratados e a tranquilidade de esperar as coisas acontecerem no tempo natural, sem pressa.<br />
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“Não podemos generalizar, mas o que vejo é que os médicos têm muita dificuldade em olhar o parto baseado em evidências científicas e adotar procedimentos que tiram o poder e o controle do sistema sobre o corpo da mulher”, afirmou Aline Gerbelli, fonoaudióloga e moradora de São Bernardo, que em 2009 deu à luz ao filho Pedro em sua casa, assistida por uma enfermeira obstetra.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-18241161781447246282012-08-14T07:56:00.000-07:002012-08-14T07:56:26.320-07:00Lei garante companhia na hora do parto Matéria minha publicada no Diário Regional em 11/11/2011.<br />
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-aQ_Ve3wgxng/UCpmakbhmuI/AAAAAAAAAvs/1yh8iDuzMgE/s1600/HMU-+Hospital+Municipal+Universitario+SBC_AD+%2849%29.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://1.bp.blogspot.com/-aQ_Ve3wgxng/UCpmakbhmuI/AAAAAAAAAvs/1yh8iDuzMgE/s320/HMU-+Hospital+Municipal+Universitario+SBC_AD+%2849%29.JPG" width="320" /></a></div>
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<i><span style="font-size: x-small;"> Junior acompanhou Mayara durante o nascimento dos filhos gêmeos (Foto: Adonis Guerra)</span></i></div>
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O momento é único e inesquecível. A mulher, prestes a dar à luz, está ao mesmo tempo no ápice da fragilidade e da força. Lei de 2005, que dá às gestantes o direito de escolher uma pessoa para acompanhar todo o processo, pode garantir um trabalho de parto mais calmo e tranquilo.<br /><br />A opinião é de especialistas da área, como o professor de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC e coordenador do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher de São Bernardo, Rodolfo Strufaldi.<br /><br />“Faz parte do processo de humanização do atendimento à gestante e ao bebê permitir que a mulher esteja acompanhada por uma pessoa próxima, a mãe, a irmã ou o pai da criança”, afirmou.<br /><br />Apesar de ser lei, algumas maternidades ainda não têm condições de manter acompanhantes nos períodos de pré e pós-parto ou mesmo durante o procedimento. “Algumas unidades não cumprem por questão de espaço. Porém, na rede pública, a grande maioria consegue seguir a determinação no momento do nascimento e depois do parto”, explicou o médico, ao completar que a medida melhora a confiança da paciente e também a condução de todo o trabalho de parto.<br /><br />Amparo e segurança - Para o obstetra Alberto Jorge de Sousa Guimarães, permitir a presença de um familiar escolhido pela parturiente é também oferecer maior segurança nesse momento tão sublime e desafiador.<br /><br />“Podemos relembrar que o parto era um evento natural na vida da mulher, assistido em ambiente domiciliar, com o marido por perto e geralmente uma parteira ou pessoa mais idosa, como a mãe ou avó, dando suporte”, destacou o médico, que nasceu amparado por uma parteira.<br /><br />O casal Digmar de Barros Junior e Mayara Araújo Gastão, que tiveram bebê e foram acompanhados pela reportagem do Diário Regional, atestam o que dizem os médicos.<br />“É muito importante estarmos juntos nesse momento. Com certeza, minha esposa ficou muito mais tranquila”, afirmou o pai, ainda na sala de cirurgia do Hospital Universitário de São Bernardo, na hora do nascimento dos gêmeos. “É um momento de muita emoção”, disse Barros Junior com lágrimas nos olhos e um largo sorriso no rosto.<br /><br />A dona de casa Bernadete Oliveira da Costa acompanhava a neta Bruna Oliveira da Costa, que aguardava o nascimento do primogênito. “Quando meus filhos nasceram sempre tive alguém ao meu lado. Acho que dá mais segurança”, declarou.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-9141283328362266252011-08-10T06:34:00.000-07:002011-08-11T06:24:20.418-07:00Amamentação prolongada: essa foi a minha escolhaDesde o dia em que me descobri grávida, tive duas certezas: queria que meu filho nascesse da forma mais natural e amamentar o quanto fosse possível. O primeiro objetivo foi alcançado, não sem esforço e alguma briga. O segundo começava a se realizar imediatamente após o primeiro.<br />
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Não sei se tive sorte, ou se o fato de querer muito uma coisa colaborou para que acontecesse, mas o fato é que não tive grandes problemas para amamentar. Doeu um pouco, os bicos dos seios tiveram algumas rachaduras, mas tudo foi superado.<br />
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Nunca achei que meu leite fosse fraco. Muito pelo contrário. A Bia engordava, crescia e se desenvolvia a olhos vistos. Aos quatro meses, mal podíamos ver seu pescoço, de tão rechonchuda.<br />
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Manter a amamentação exclusiva até o sexto mês foi um dos primeiros desafios, tamanho o número de pessoas que me diziam: “Dá uma água para essa menina! Com esse calor, ela deve estar com sede. Deve ficar com fome, só mamando”. Pura bobagem! Suas três horas de sono eram sagradas entre as mamadas, chegando a dormir seis, sete horas de madrugada. Meu seio a saciava.<br />
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Completamos 1 ano, 1 ano e meio, 2 anos de amamentação. Poucas pessoas me elogiam por isso, a maioria me critica. Para mim é indiferente, não a amamento para que outros me elogiem. Amamento até hoje por que essa foi a minha escolha.<br />
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Com 2 anos e quase dez meses, a Bia esbanja saúde. Nunca teve diarreia, nunca ficou internada, não tem nenhum problema respiratório nem alergias. E quem a conhece sabe que é uma criança extrovertida, segura e sociável, a despeito do que falam sobre crianças que mamam até tarde.<br />
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Como a amamentação prolongada foi uma escolha minha, não passa pela minha cabeça recorrer a métodos drásticos para que ela desmame (como uma vez me sugeriu um ginecologista: “Passa buscopan no bico do seio” – e eu até hoje não me lembro de ter reclamado de amamentação para ele).<br />
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Mas já há algum tempo venho conversando com ela, explicando que ela já está mocinha, que daqui a pouco o tetê vai acabar. Sim, por que amamentar cansa. E isso não é uma reclamação, é a constatação de um fato. Não posso passar a noite longe da Bia, por que quase sempre ela mama de madrugada. Mas encaro tudo isso da seguinte forma: quando ela parar de mamar, será para o resto da vida.<br />
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Eis então que a Bia quis dormir na casa da avó paterna. Ficou aquele receio, de que ela fosse chorar de madrugada, mas partiu dela, não seria eu a boicotar tamanha demonstração de independência. E ela dormiu. Dormiu a noite toda. Segundo a minha sogra, ela chamou por mim, mas não pediu para mamar. Quem não dormiu fui eu. Coisas de mãe.<br />
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Depois disso, percebi que ela estava mamando menos de madrugada. E no último sábado, minha filha quis de novo passar a noite na vovó. Ela havia passado o dia todo sem mamar, dormiu na avó e só mamou no domingo, depois das quatro da tarde.<br />
Vejo isso como um caminho que ela mesma está traçando. Largando o mamá aos poucos. Como eu sempre quis, a iniciativa está partindo dela.<br />
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Essa situação me enche de orgulho. Dela e das minhas escolhas. Amamentar, para mim, sempre foi um gesto de amor. Respeitar o tempo e a vontade da minha filha é continuar coerente com esse pensamento. Amar e respeitar os limites da minha cria: essa foi a minha escolha.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-71153730565862997252011-05-23T06:48:00.000-07:002011-05-23T06:48:51.042-07:00Nascidos de cesariana têm maior risco de obesidadeDa Agência USP de Notícias - Rosemeire Soares Talamone, do Serviço de Comunicação Social do Campus de Ribeirão Preto - imprensa.rp@usp.br<br />
Pesquisa com 2.057 pessoas de 23 a 25 anos de idade, nascidas na cidade de Ribeirão Preto (interior de São Paulo), aponta que as chances dos que nascem de parto cesariana ficarem obesos na fase adulta são 58% maiores do que quem nasce de parto normal. Segundo a autora do estudo, Helena Ayako Sueno Goldani, a possível causa desse índice é a alteração no desenvolvimento ou na composição da microbiota intestinal que é diferente nas crianças que nascem de parto vaginal com relação as crianças que nascem de cesariana. O estudo foi coordenado pelo professor Marco Antonio Barbieri, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.<br />
Helena explica que, no parto cesariana não acontece o contato do bebê com a flora vaginal materna. Este contato, diz a pesquisadora, parece ser importante para o desenvolvimento da flora intestinal do recém-nascido. A pesquisa levantou a hipótese de que algumas bactérias presentes no canal do parto teriam efeito benéfico por meio de uma estimulação balanceada do sistema imunológico do recém-nascido. “Com isso a criança tem afetado o seu metabolismo de acolhimento e de armazenamento de energia e, consequentemente, podem ter um impacto sobre o desenvolvimento da obesidade”, revela. Os resultados do trabalho acabam de ser publicados na revista científica The American Journal of Clinical Nutrition Editorial Office.<br />
Helena utilizou dados de um grupo de pessoas, nascidas entre junho de 1978 e maio de 1979, que fizeram parte do projeto de pesquisa de estudo de coortes (estudo de um grupo de pessoas seguidas de um período determinado tempo), com coordenação geral do professor Barbieri. No total a coorte tinha 6.973 recém-nascidos, cujas mães residiam na cidade naquele momento. No momento do parto foram coletados dados das mães e dos filhos, incluindo histórico médico e antropométrico. Desses 343 morreram antes de completar 20 anos.<br />
Entre abril de 2002 e maio de 2004, ou seja, entre 23 e 25 anos de idade, 2.103 componentes do grupo foram selecionados e convidados para uma nova avaliação, onde foram coletados dados sobre estilo de vida, inclusive a prática de exercício físico, além de responderem questionário socioeconômico, novo exame físico e avaliação antropométrica. Helena utilizou dados de 2.057 dessas pessoas.<br />
A pesquisadora justifica a importância de se pesquisar essa relação, pois outros estudos já revelaram que alterações na microbiota intestinal podem estar ligadas a algumas condições inflamatórias crônicas comuns no mundo ocidental, entre eles a obesidade, alergias, doença de Crohn e até a diabetes tipo 1. “Alguns estudos já mostraram que a presença de bactérias intestinais durante os três primeiros dias de vida foram influenciadas pelo tipo de parto. Por meio de biologia molecular de amostras fecais de crianças nascidas por cesárea ficou evidente uma ausência substancial de bifidobactérias e isso pode ter um impacto significativo sobre as funções imunológicas do bebê”.<br />
Perfil<br />
A média da idade das pessoas analisadas no estudo de Helena foi de 23,9 anos e o peso médio era de 69,7 kg. A taxa de cesariana do grupo foi de 31,9%, realizado principalmente em grupos de melhor nível socioeconômico. No grupo das mães com maior escolaridade a taxa de cesariana chegou a 45,1%. Naquelas com menor escolaridade a taxa de cesariana era de 26,8%. A taxa de prevalência de obesidade nesses adultos jovens nascidos por cesariana foi de 15,2 contra 10,4% nos nascidos por parto vaginal. A pesquisa revelou ainda que a taxa de obesidade foi maior entre os menos privilegiados economicamente. “Não houve diferença nas taxas de prevalência de obesidade de acordo com o peso ao nascer, tabagismo materno durante a gravidez e atividade física do sujeito, sexo e tabagismo”, aponta a pesquisadora.<br />
O orientador do trabalho explica que no total a taxa de obesidade entre esse grupo foi de 46% maior entre os nascidos por cesárea em relação aos nascidos de parto vaginal na análise não ajustada, ou seja, sem levar em conta outros fatores, como peso ao nascer, renda, tabagismo, escolaridade, atividade física e fatores maternos como escolaridade e tabagismo durante a gravidez. “Quando ajustada esse risco subiu para 58%”. Uma curiosidade encontrada nessa pesquisa e que vai ao encontro do que diz a literatura atual, segundo os pesquisadores, foi que não houve relação entre tabagismo materno e alteração no IMC.<br />
Helena lembra que aumento das taxas de cesariana ocorreu em paralelo com o aumento das taxas de obesidade. Na Inglaterra, Suécia e Estados Unidos, por exemplo, passaram de 6%, 8% e 10%, em 1975 para 21%, 16% e 24%, em 2001, respectivamente. Em Ribeirão Preto, onde o estudo foi realizado, a taxa de cesariana aumentou de 30% em 1978 para 51% em 1994, e estava em 44% em 2007. Já a taxa de prevalência de obesidade no Brasil aumentou de 4% em 1974 para 11% em 2006.<br />
“Uma vez que a colonização intestinal pode ter um efeito duradouro na saúde em geral e, ainda, considerando a diferença na flora intestinal e vaginal entre bebês nascidos de cesariana, concluímos que o aumento das taxas de cesariana podem desempenhar um papel fundamental na epidemia de obesidade no mundo”, conclui a pesquisadora. Também participaram do trabalho os pesquisadores Heloisa Bettiol, Antonio Silva, Marilyn Agranonik, Mauro Moraes e Marcelo Goldani. O professor Marco Antonio Barbieri realiza estudos epidemiológicos de saúde perinatal desde 1978.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-35056812700507720362011-05-09T07:33:00.000-07:002011-05-09T07:33:41.073-07:00Com gosto de vitóriaNem tenho mais coragem de dizer que não tenho tempo para postar...<br />
Desde outubro do ano passado mudei de emprego. Sou repórter do Diário Regional, publicação do ABC. E desde o começo, é claro, queria fazer uma matéria sobre parto humanizado... mas não saia... por tantos motivos que nem vou explicar.<br />
Mas, como um presente de Dia das Mães, ela foi publicada no domingo, me enchendo de felicidade e orgulho. Espero ter conseguido alcançar muitas mulheres que ainda sentem medo do parto normal, que ainda endeusam a cesárea... gostinho de obrigação cumprida, gostinho de vitória. Reproduzo abaixo os textos na íntegra, publicados no Diário Regional do último domingo:<br />
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<b>Mulheres apostam no parto humanizado</b><br />
<br />
ALINE MELO<br />
PARA O DIÁRIO REGIONAL<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-avC2PVEuzmQ/Tcf6sbHbdoI/AAAAAAAAAvo/7S-8TodX9vs/s1600/min_saude.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="http://3.bp.blogspot.com/-avC2PVEuzmQ/Tcf6sbHbdoI/AAAAAAAAAvo/7S-8TodX9vs/s320/min_saude.JPG" width="320" /></a></div><br />
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Elas não querem o conforto de hospitais, nem se impressionam com estrelas de TV que aparecem escovadas e maquiadas instantes antes da cirurgia. Em busca de maior protagonismo no momento do parto, um número crescente de mulheres procura atendimento humanizado para o nascimento dos filhos, sem intervenções médicas desnecessárias e com liberdade de escolha.<br />
<br />
No lugar de anestesia, optam por massagens e banhos quentes. Ao invés de tomar soro com medicação para acelerar o trabalho de parto, aguardam pela resposta natural dos hormônios que agem durante o processo do nascimento. Esses procedimentos estão presentes no parto humanizado, que de acordo com as gestantes que defendem o método, respeita o tempo da mãe e do bebê.<br />
<br />
“Essa concepção considera o parto um processo fisiológico da mulher em que é sujeito da ação de parir e o médico deve ser um facilitador.<br />
<br />
Ou seja, a gestante é protagonista”, explicou o diretor de Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Antônio Luiz Telles. “A ideia de humanizar o parto é dar o máximo de conforto à mulher, criando o melhor e mais adaptado ambiente a ela”, completou.<br />
<br />
“Sempre acreditei que o melhor fosse o parto normal. Quando engravidei, comecei a me informar. Depois de esclarecer as minhas dúvidas, fui em busca da equipe humanizada para ter a minha vontade respeitada”, afirmou Jacqueline Alves, técnica de informática e moradora de São Bernardo.<br />
<br />
Após ter sua primeira filha de parto normal no Hospital São Luiz, em São Paulo, Jacqueline optou na segunda gravidez por um parto domiciliar. “A decisão natural foi ter em casa, sem intervenção. Já sabia como era o processo e o receio das complicações que me fizeram optar pelo atendimento hospitalar da primeira vez não existiam mais”, declarou.<br />
<br />
O parto da técnica de informática foi assistido por um obstetra da Capital e sua equipe, com enfermeira e pediatra. Além disso, Jacqueline também contou com a presença de uma doula, profissional que presta apoio físico, emocional e afetivo às futuras mães.<br />
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Aline Gerbelli, fonoaudióloga, também viveu a experiência de um parto domiciliar em São Bernardo. Para o momento do nascimento, estavam previstas as presenças da médica obstetra e de uma parteira. “Na hora H, não conseguimos contatar a médica. A parteira amparou o Pedro, que estava com o cordão enrolado no pescoço, e foi tudo muito tranquilo”, contou a profissional de saúde.<br />
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<b>Doulas e parteiras auxiliam na vinda do bebê</b><br />
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Mesmo com todos os avanços da medicina, a profissão de parteira não está extinta. A atividade também não está restrita aos sertões e Interior do Brasil. São profissionais cuja atuação vai ao encontro do desejo de mulheres que querem ter uma experiência natural na hora do parto.<br />
<br />
A parteira Ana Cris Duarte atende em toda região metropolitana e assistiu 50 partos em 2010. Formada pela primeira turma de parteiras na USP em 2008, atuou como doula de 2001 até a formatura. “No início acompanhava dois partos por mês. Em 2008, esse número já havia subido para oito atendimentos mensais”, afirmou.<br />
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Além da parteira, outra profissional que atua nessa área é a doula. A palavra vem do grego “mulher que serve”. Nos dias de hoje, aplica-se àquelas que dão suporte físico e emocional a outras mulheres durante e após o parto.<br />
<br />
“A mulher deve ter a oportunidade de escolher o que quer do parto. É um momento único, e vai lembrar dele para o resto da vida”, afirmou Geórgia Gazola, que já tem dez anos de experiência profissional como doula. (AM)<br />
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<b>Grupos de apoio auxiliam gestante na hora de fazer escolhas</b><br />
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A agenda apertada de médicos particulares é um dos grandes incentivadores da cesárea no país. “A dinâmica do profissional que atende convênio não permite que se ausente por muito tempo de suas consultas. Assim, para manterem a agenda acabam optando pela cesárea eletiva”, apontou Mauro Sancovski, responsável da Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina do ABC.<br />
<br />
Para não acabarem em cirurgia desnecessária, mulheres que querem parto normal procuram ajuda em grupos de apoio para gestantes. Sob supervisão de Deborah Delage e Denise Niy, ativistas do parto humanizado, funciona no ABC o MaternaMente. Com reuniões mensais, mulheres (grávidas ou não) se reúnem para debater os assuntos referentes ao parto e a gestação. “Muitas pedem indicação de profissionais, mas a gente não indica. Procuramos mostrar para a mulher todas as opções disponíveis”, declarou Deborah.<br />
<br />
“Não sou contra a cesárea. Bem indicada, salva vidas. O que me assusta é que na maioria das vezes a mulher é tolhida de suas escolhas, não é informada sobre os riscos de uma cirurgia de grande porte”, pontuou a ativista. (AM)Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-21185647853731218542010-09-18T16:43:00.000-07:002010-09-18T16:43:24.715-07:00Quando os filhos crescemDeu trabalho, mas espantei todas as moscas e tirei todas as teias de aranha que estavam por aqui...rsrs...<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TJVOK2uRnvI/AAAAAAAAAvY/iLB5c_fUsk8/s1600/sling_bia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" qx="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TJVOK2uRnvI/AAAAAAAAAvY/iLB5c_fUsk8/s320/sling_bia.jpg" width="320" /></a><br />
Com mais ou menos 2 meses</div><br />
Eu carrego a Bia no sling desde que ela tinha 20 e poucos dias... Queria ter saído da maternidade com ela, mas não consegui encontrar pra comprar antes. Ainda hoje, não é todo dia que eu vejo mães e bebês 'slingando' por aí. No começo era estranho. Demorei um pouco pra pegar o jeito da coisa. Mas quando peguei, foi só alegria... a Bia sempre adorou o sling. E eu, mais ainda... ali ela estava protegida, ali ela podia mamar com conforto e privacidade, ali ela era só minha... sem contar que causávamos um verdadeiro furor por onde andássemos. Mais de uma dúzia de vezes eu fui parada por mães que queriam saber onde podiam comprar, se a bebê gostava, se não doía as costas. Tinha também quem torcesse o nariz, principalmente as pessoas mais velhas, dizendo que aquilo era desconfortável, que ela não ia conseguir andar direito... ai, ai...<br />
E a Bia, sempre que me via colocar o sling, já estendia os bracinhos, toda feliz. Ela ficava mais calma, normalmente dormia, era ótimo. <br />
Mas a farra acabou há uns meses. Não sei ao certo quantos, se quatro, três, dois... mas sei que ela passou a reclamar quando eu tentava colocá-la no sling, até que os protestos foram tão intensos que eu não coloquei mais.<br />
E isso me fez refletir sobre muitas coisas: ela estava me dizendo "mãe, eu cresci, não caibo mais aí". Sim, ela cresceu. E muito. Vai fazer dois anos no próximo mês. Está esperta, inteligente, comunicativa... é uma criança segura, sociável, independente (o quanto um serzinho de 23 meses pode ser independente, é claro!). Em detrimento de tudo o que falam sobre crianças que mamam no seio prolongadamente (sim, eu ainda amamento a minha filha, com o maior prazer, muito obrigada!).<br />
Depois disso eu comecei a pensar quando será o próximo "rompimento". Talvez a amamentação seja o próximo. Mas fui mais longe... vislumbrei quando ela crescer o bastante para não querer mais andar comigo de mãos dadas... ou quando chegar a fase em que eles têm vergonha de nos beijar e serem beijados em público.<br />
E depois disso, já pré-adolescente, talvez ela não queira mais viajar somente com os pais, pois prefira uma amiga ou uma prima por perto. E depois, mais tarde, ela queira viajar não com a família e/ou os amigos, mas com o namorado.<br />
E finalmente, vai chegar o dia em que ela vai crescer tanto que não vai mais caber na nossa casa, na nossa rotina, vai viver a sua vida... e neste dia, e em todos os outros, filha querida, saiba que você nunca vai ser tão grande que não caiba no meu abraço. Nunca vai crescer tanto a ponto de não caber mais no meu coração. E eu espero estar contribuindo pra que você continue tomando suas decisões rumo ao crescimento com firmeza e segurança, por que maior que você, sempre será o meu amor.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-46357224897516811412010-07-22T06:17:00.000-07:002010-07-22T06:17:16.271-07:00De roupa novaA <a href="http://jessicaeveronica.blogspot.com/">Jéssica</a> fez pra mim esse layout lindo, que eu amei. Eu disse pra ela: gosto da cor rosa e de borboletas, e ela com muita sensibilidade e delicadeza me presenteou com uma ilustração linda, linda...<br />
Garota de muito talento, e uma das grandes incentivadoras do meu blog, Je, querida, mais uma vez, muitíssimo obrigada!Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-72731923733500301232010-07-21T07:29:00.000-07:002010-07-21T07:31:08.208-07:00MANIFESTAMOS PELAS MÃES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDf6yYk-I/AAAAAAAAAuY/XQDvSXXroho/s1600/campanhamanifesto1-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDf6yYk-I/AAAAAAAAAuY/XQDvSXXroho/s320/campanhamanifesto1-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Mãe que dá o melhor de si e convive com a crônica sensação de que nada é o suficiente.<br />
<br />
Mãe de carne, osso e vísceras que, ao se perceber humana, sente-se cada vez mais distante do ideal de devoção da Santa Mãezinha. E por isso se culpa.<br />
<br />
Mãe que comprou o sabonete com óleos essenciais, o iogurte com fibras, o desinfetante com cloro ativo, a fralda com bloquigel e mesmo assim seu filho não dormiu a noite inteira, seu marido se queixa e sua casa não é o templo limpo, perfumado e livre de insetos que aparece na TV.<br />
<br />
Mãe mulher, dona de casa, profissional e amante, que segue passo a passo as dicas das revistas femininas para conciliar seus inúmeros papéis e virar “super”, mas ainda não encontrou sua capa.<br />
<br />
Mãe cuja única preparação para a mais dramática mudança da sua vida foi o cursinho da maternidade e, se privilegiada, a decoração do quartinho e a compra do enxoval.<br />
<br />
Mãe que vive em uma sociedade que a glorifica, ao mesmo tempo em que a obriga a terceirizar a criação dos seus filhos. Seja por necessidade, independência ou reconhecimento. Como se, em qualquer um desses casos, essa não fosse uma decisão extremamente difícil.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDqs1B1vI/AAAAAAAAAug/DvbY23zg3aI/s1600/campanhamanifesto2-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDqs1B1vI/AAAAAAAAAug/DvbY23zg3aI/s320/campanhamanifesto2-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Mãe que se divide diariamente entre a administração do lar e da profissão, encarando múltiplas jornadas que a levam constantemente à exaustão física e emocional.<br />
<br />
Mãe que se dedica de corpo e alma ao significativo projeto de criar uma criança, enfrentando um nível de cobrança superior ao de qualquer chefe ranzinza e cliente exigente. 365 dias por ano, 24 horas por dia. E mesmo assim é percebida como alguém que não faz nada. Até por si mesma.<br />
<br />
Mãe pobre que, quando opta pelos filhos, é acomodada. Quando rica, é madame. E, quando profissional, é ausente.<br />
<br />
MANIFESTAMOS PELA MATERNIDADE<br />
<br />
E, portanto, pela liberdade de sentir. De seguir os instintos. De viver em plenitude emoções e sentimentos totalmente femininos. Pois negá-los, seria abrir mão daquilo que faz da mulher, um ser único.<br />
<br />
Manifestamos pelo direito de cada mulher escolher o papel que melhor lhe cabe no momento. Sem se sentir pressionada, desmerecida ou julgada pelo que decidiu não ser.<br />
<br />
Manifestamos por parir de forma saudável, humana e tranquila e que essa seja uma decisão consciente da mãe. Amparada por uma equipe de profissionais da saúde que a respeitam, orientam, acompanham e zelam pelo bem estar dela e do bebê.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDz0GSACI/AAAAAAAAAuo/f8yaBSParhM/s1600/campanhamanifesto3-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcDz0GSACI/AAAAAAAAAuo/f8yaBSParhM/s320/campanhamanifesto3-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Manifestamos pelo direito de amamentar a cria, sem ser pressionada por profissionais da saúde mal formados ou parentes bem intencionados, a substituir por mamadeira, o alimento que só o seu peito pode dar.<br />
<br />
Manifestamos pela aceitação da metamorfose e da mudança de valores que a chegada de uma criança proporciona na vida de qualquer adulto. E pela valorização desta transformação na sociedade, como contraponto para a cultura do egoísmo e da juventude eterna.<br />
<br />
MANIFESTAMOS PELO ATIVISMO ANÔNIMO E INCANSÁVEL DAS MÃES<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcD4klpG1I/AAAAAAAAAuw/TlrxTs2tZBI/s1600/campanhamanifesto4-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcD4klpG1I/AAAAAAAAAuw/TlrxTs2tZBI/s320/campanhamanifesto4-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Nas trincheiras domésticas de uma sociedade cada vez mais dominada pelas leis cruéis do mercado.<br />
<br />
E apoiamos as mães que questionam. Que boicotam.<br />
<br />
Que compram e deixam de comprar. Que sabem o que servem à mesa e o que jogam no lixo.<br />
<br />
Que desligam a TV, controlam o videogame e a quantidade de açúcar.<br />
<br />
Mães que tentam proteger a infância e não desistem diante do bombardeio de mensagens que estimulam a erotização e o consumo precoces.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcEAJ8i-EI/AAAAAAAAAu4/6nw_4JffqJk/s1600/campanhamanifesto5-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcEAJ8i-EI/AAAAAAAAAu4/6nw_4JffqJk/s320/campanhamanifesto5-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Mães que empreendem, que inventam, que abrem mão, que buscam alternativas, que assumem o vazio e a sobrecarga. E promovem viradas.<br />
<br />
Mães que brigam por uma escola melhor, mais humana e significativa; pública ou privada.<br />
<br />
Que pensam globalmente e agem localmente, casa a casa, família a família.<br />
<br />
E que administram seus lares, como se ali começasse a mudança que desejam para o planeta.<br />
<br />
MANIFESTAMOS PELA TOMADA DE CONSCIÊNCIA FAMILIAR<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcEFdnG0SI/AAAAAAAAAvA/9c51FeiAqps/s1600/campanhamanifesto6-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcEFdnG0SI/AAAAAAAAAvA/9c51FeiAqps/s320/campanhamanifesto6-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Pela valorização do papel da mãe no seio da família e pelo fim das hipócritas tentativas de minimizar a diferença que a presença dela faz.<br />
<br />
Pelo reconhecimento da vital importância da maternidade para a humanidade, e por ações sociais e políticas que valorizem e estimulem a atuação da mãe.<br />
<br />
Por uma rede de relacionamentos que coloque novamente mulheres de diferentes gerações em contato, reconstruindo referências que foram deturpadas e estereotipadas pela mídia e pela sociedade.<br />
<br />
Por mães unidas para estudar, compartilhar experiências e desenvolver novos pontos de vista para este tema milenar, universal e ainda tão incompreendido.<br />
<br />
Por uma nova formação familiar, focada no bem estar integral dos seres humanos e não somente no bem estar material.<br />
<br />
Por pais que valorizam a tomada de consciência materna, dando sua participação necessária para que ela floresça. Mesmo sem entendê-la completamente.<br />
<br />
Por mães que partilhem com seus parceiros as responsabilidades, agruras e alegrias de se cuidar dos filhos, sendo entendido que eles pertecem aos dois, igualmente.<br />
<br />
Manifestamos pela ausência de fórmulas, de guias práticos e de respostas prontas, pois cada mulher é livre para buscar seu caminho e desenvolver sua história. No seu tempo, no seu ritmo e na sua individualidade.<br />
<br />
Manifestamos pela conciliação de uma maternidade moderna com uma maternidade mais plena.<br />
<br />
Manifestamos por você e por nós. Pela Terra e por todos os filhos que dela vieram e ainda virão.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcELgA3vwI/AAAAAAAAAvI/mzZ4heXox4E/s1600/campanhamanifesto7-1024x662.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_nVOWRt0FzZk/TEcELgA3vwI/AAAAAAAAAvI/mzZ4heXox4E/s320/campanhamanifesto7-1024x662.jpg" /></a></div><br />
Manifestamos pelas mães!<br />
<br />
Assine o Manifesto pelas Mães. Acesse o site do <a href="http://www.grupocria.com.br/">Grupo Cria</a>.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-86476332633295281332010-07-21T07:21:00.000-07:002010-07-21T07:21:44.198-07:00Parto na águaMais um excelente artigo assinado pela dr. Melania, e publicada no site <a href="http://guiadobebe.uol.com.br/parto/parto_na_agua1.htm">Guia do Bebê</a>.<br />
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<br />
Muito tem se debatido sobre o parto na água: é seguro? Quais as vantagens? Há maior risco de infecção? Quais os riscos para o bebê? Existem contra-indicações? O fato é que cada vez essa modalidade de parto tem se tornado disponível em diversas maternidades e pode representar também uma opção para os partos domiciliares (1).<br />
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A imersão em água durante o trabalho de parto tem sido referendada como um método útil para o alívio da dor do parto. Uma revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane avalia a imersão em água durante o primeiro e o segundo estágios do parto (dilatação e expulsão, respectivamente) (2). Foram incluídos 11 ensaios clínicos randomizados (ECR) , dois dos quais avaliaram a imersão em água durante o período expulsivo. Nos ECR avaliando a imersão em água durante a fase de dilatação, observou-se significativa redução da dor e decréscimo da necessidade de analgesia farmacológica (peridural ou combinada). Os autores sugerem que a imersão em água durante o primeiro estágio do parto pode ser recomendada para parturientes de baixo-risco (2).<br />
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Nos dois ensaios clínicos avaliando o segundo estágio, ou seja, o parto assistido na água, não houve aumento do risco de desfechos maternos e neonatais adversos e verificou-se aumento da satisfação materna (3,4). No entanto, devido ao pequeno número de casos (240) e ao fato de várias mulheres randomizadas para ter parto na água na verdade pariram fora da água, não foi possível, as informações foram limitadas e os autores da revisão sistemática comentam que as evidências são insuficientes para recomendar ou contra-indicar o parto na água. Um outro ensaio clínico randomizado foi publicado depois desta revisão sistemática (5) e os seus resultados devem em breve ser incorporados, podendo gerar novas conclusões: neste estudo, verificou-se, além da redução da necessidade de analgésicos, menor duração do parto e redução do risco de cesárea no grupo que teve o parto na água.<br />
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Tendo em vista a escassez de ensaios clínicos randomizados (evidência nível I), e considerando que pode ser de fato difícil randomizar as mulheres para essa modalidade de parto, uma revisão sobre vantagens e desvantagens do parto na água deve se estender aos estudos observacionais, embora esses representem uma evidência de qualidade mais baixa (nível II) (6).<br />
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Alguns relatos de caso (7,8) sugerem efeitos prejudiciais para o recém-nascido, relacionando maior risco de desconforto respiratório no período neonatal. Entretanto, relatos de caso constituem um nível de evidência muito pobre (nível III ou IV), porquanto uma relação causal não pode ser estabelecida. Assim, estudos observacionais incluindo grande número de casos e comparando partos na água e fora da água devem ser privilegiados.<br />
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Um grande estudo publicado em 2004 comparou 3.617 partos na água e 5.901 controles (9). O parto na água se associou a redução das lacerações perineais, menor perda sanguínea e menor necessidade de analgesia de parto. Não houve diferença na taxa de infecção materna e neonatal. Outros estudos publicados nos anos subsequentes confirmaram esses achados, sugerindo que o parto na água representa uma alternativa valiosa e promissora ao parto fora da água (10, 11, 12, 13). O estudo mais recente foi publicado em 2007 e demonstrou ainda que a imersão em água se associou com menor duração tanto da fase de dilatação como da fase de expulsão do parto, sem aumento do risco de infecção materna e neonatal (14). Todos esses estudos destacam que critérios rigorosos de seleção foram observados e que essas conclusões só podem ser extrapoladas para parturientes de baixo-risco.<br />
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Uma preocupação constante de vários leigos e mesmo de alguns profissionais é o risco de aspiração de água, traduzido pelo receio de que “o bebê se afogue”. Devemos, porém, lembrar, que o bebê saudável só “respira” efetivamente quando sai da água. Imediatamente depois do nascimento em água morna (que inibe a respiração), o bebê se mantém como dentro do útero, quando estava imerso em líquido amniótico: a “respiração” não está estabelecida e as trocas gasosas seguem se efetuando através do cordão umbilical. Mantém-se intacto o reflexo de mergulho, de forma que mesmo uma ou duas gotas de água na laringe são suficientes para desencadear esta resposta, inibindo a inalação de líquido (15).<br />
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O risco de aspiração ocorre para os bebês deprimidos (com hipoxia grave), que podem até aspirar o próprio líquido amniótico e, por não terem um bom clearance pulmonar, não expelem o líquido aspirado (16). Deve-se concluir, portanto, que o parto na água não é uma boa opção quando existe o risco de sofrimento fetal e deve ser contra-indicado na presença de padrões anômalos de frequência cardíaca fetal (10-14, 17). Salienta-se que a monitorização da frequência cardíaca fetal é importante tanto para partos na água como fora da água, e seu rigor durante o trabalho de parto deve ser observado (17), de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) (18).<br />
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O American College of Obstetricians and Gynecology (ACOG) não tem posição oficial sobre o parto na água, e no Brasil a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) também não se manifestou sobre o tema. Entretanto, na Inglaterra, tanto o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists como o Royal College of Midwives explicitamente apóiam a imersão de água durante o trabalho de parto e o nascimento, tendo publicado uma diretriz específica sobre o assunto (17).<br />
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Em suma, respondendo aos questionamentos no início deste artigo, podemos concluir que o parto na água representa uma opção segura para parturientes de baixo-risco que assim o desejem, devendo-se respeitar a autonomia feminina com respeito à decisão do local de parto. Existem algumas vantagens, como redução da necessidade de analgesia, redução de episiotomia e lacerações espontâneas, menor duração do primeiro e do segundo estágio do parto e maior satisfação materna. Não foi documentado maior risco de infecção materna ou neonatal. O risco de aspiração só existe para bebês deprimidos ou acidóticos, de forma que a ausculta fetal é essencial para monitorização do trabalho de parto. Gestações de alto-risco e presença de padrões anômalos de frequência cardíaca fetal representam contra-indicações para o parto na água.<br />
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Dentro de uma filosofia de respeito à autonomia materna, as mulheres devem ser informadas sobre as evidências disponíveis acerca do parto na água, devendo fazer uma escolha livre e esclarecida. Possíveis riscos e contra-indicações devem ser discutidos e, como em qualquer procedimento durante a assistência ao parto, deve-se obter a assinatura do termo de consentimento. Fundamental ainda é que o parto na água deve ser assistido por profissionais habilitados com experiência nessa modalidade (17).<br />
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Melania Amorim, MD, PhD<br />
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Vídeo de parto na água assistido por nossa equipe e disponível no Youtube:<br />
http://www.youtube.com/watch?v=3YBHDbx5kEM<br />
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REFERÊNCIAS:<br />
<br />
1.Kitzinger S. Letter from Europe: water birth: just a fad? Birth 2009; 36 :258-60.<br />
http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/122592330/PDFSTART<br />
<br />
2.Cluett ER, Burns E. Immersion in water in labour and birth. Cochrane Database of Systematic Reviews 2009, Issue 2. DOI: 10.1002/14651858.CD000111.pub3.<br />
http://www.mrw.interscience.wiley.com/cochrane/clsysrev/articles/CD000111/frame.html<br />
<br />
3.Nikodem C, Hofmeyr GJ, Nolte AGW, de Jager M. The effects of water on birth: a randomized controlled trial. Proceedings of the 14th Conference on Priorities in Perinatal Care in South Africa; 1995 March 7-10; South Africa. 1995:163-6.<br />
<br />
4.Woodward J, Kelly SM. A pilot study for a randomised controlled trial of waterbirth versus land birth. BJOG: an international journal of obstetrics and gynaecology 2004; 111: 537-45.<br />
http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/118813598/PDFSTART<br />
<br />
5.Chaichian S, Akhlaghi A, Rousta F, Safavi M. Experience of water birth delivery in Iran. Arch Iran Med 2009; 12: 468-71.<br />
http://www.ams.ac.ir/AIM/NEWPUB/09/12/5/007.pdf<br />
<br />
6.Oxford Centre for Evidence-based Medicine - Levels of Evidence (March 2009).<br />
http://www.cebm.net/index.aspx?o=1025<br />
<br />
7.Batton DG, Blackmon LR, Adamkin DH, Bell EF, Denson SE, Engle WA, Martin GI, Stark AR, Barrington KJ, Raju TN, Riley L, Tomashek KM, Wallman C, Couto J; Committee on Fetus and Newborn, 2004-2005. Underwater births. Pediatrics 2005; 115: 1413-4.<br />
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/pmidlookup?view=long&pmid=15867054<br />
<br />
8.Mammas IN, Thiagarajan P. Water aspiration syndrome at birth - report of two cases. J Matern Fetal Neonatal Med 2009; 22: 365-7.<br />
http://informahealthcare.com/doi/pdf/10.1080/14767050802556067<br />
<br />
9.Geissbuehler V, Stein S, Eberhard J. Waterbirths compared with landbirths: an observational study of nine years. J Perinat Med 2004; 32: 308-14.<br />
http://www.reference-global.com/doi/pdfplus/10.1515/JPM.2004.057<br />
<br />
10.Eberhard J, Stein S, Geissbuehler V. Experience of pain and analgesia with water and land births. J Psychosom Obstet Gynaecol 2005; 26: 127-33.<br />
https://commerce.metapress.com/content/16441n2545k90228/resource-secured/?target=fulltext.pdf&sid=zb3zrqbulif0nhrroekunt55&sh=www.springerlink.com<br />
<br />
11.Thoeni A, Zech N, Moroder L, Ploner F. Review of 1600 water births. Does water birth increase the risk of neonatal infection? J Matern Fetal Neonatal Med 2005; 17:357-61.<br />
http://informahealthcare.com/doi/pdf/10.1080/14767050500140388<br />
<br />
12.Thöni A., Zech N., Moroder L. Water birth and neonatal infections. Experience with 1575 deliveries in water. Minerva Ginecol 2005; 57: 199-206.<br />
http://www.minervamedica.it/en/journals/minerva-ginecologica/article.php?cod=R09Y2005N02A0199&acquista=1<br />
<br />
13.Thöni A, Zech N, Ploner F. Gebären im Wasser: Erfahrung nach 1825 Wassergeburten. Gynakol Geburtshilfliche Rundsch 2007; 47: 76-80.<br />
http://content.karger.com/<br />
<br />
14.Zanetti-Daellenbach RA, Tschudin S, Zhong XY, Holzgreve W, Lapaire O, Hösli I. Maternal and neonatal infections and obstetrical outcome in water birth. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2007; 134: 37-43.<br />
http://www.ejog.org/article/S0301-2115%2806%2900514-8/pdf<br />
<br />
15.Burns E, Kitzinger S. Midwifery Guidelines for the use of water in Labour. Oxford Brookes University, 2nd ed. 2005.<br />
http://www.sheilakitzinger.com/WaterBirth.htm#Midwifery%20Guidelines<br />
<br />
16.Hermansen CL, Lorah KN. Respiratory distress in the newborn. Am Fam Physician 2007; 76: 987-94.<br />
http://www.aafp.org/afp/2007/1001/p987.html<br />
<br />
17. http://www.rcog.org.uk/files/rcog-corp/uploaded-files/JointStatmentBirthInWater2006.pdf<br />
<br />
18.World Health Organization. IMPAC Integrated Management of Pregnancy and Childbirth. Managing complications in pregnancy and childbirth: a guide for midwives and doctors. Geneva. WHO, 2000.<br />
http://www.who.int/making_pregnancy_safer/publications/archived_publications/mcpc.pdfAline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-47943570178587103102010-07-16T07:26:00.000-07:002010-07-16T07:28:24.681-07:00A informação e o que se pode fazer delaNão tenho tido muito tempo de postar no blog, o que me entristece muito, mas li essa carta e não pude deixar de reproduzilá-aqui. É uma carta da Rede Parto do Princípio, direcionada ao candidato José Serra. A informação é sempre o que nos salvará dos maiores erros, porém, quando manipuladas, elas podem nos levar ao erro, ao invés de nos salvar deles.<br />
Carta Aberta a José Serra<br />
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Necessidade Urgente de Retificação do Programa Eleitoral do Candidato José Serra<br />
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A Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa (<a href="http://www.partodoprincipio.com.br/">http://www.partodoprincipio.com.br/</a>) entende como propaganda enganosa o trecho do vídeo do Programa Eleitoral do Candidato José Serra exibido em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 17 de junho de 2010.<br />
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Transcrição realizada através da cópia das legendas do vídeo disponível em: http://joseserra.psdb.org.br/noticias/serra-sabe-fazer-e-faz (a partir do minuto 4:10 do vídeo de 10 minutos) “[...] E olha só o que ele fez pras futuras mamães: [...] O Programa Mãe Paulistana. Seis consultas de pré-natal, vale transporte, parto em hospital marcado com antecedência. Tudo de graça.”<br />
<br />
A mensagem do vídeo pode ser comumente entendida como agendamento do parto, assim como são agendadas as cesarianas tão frequentes nos setores suplementar e privado de assistência à saúde brasileiros.<br />
<br />
Apesar de muitas mulheres desejarem escolher a via de parto de seus filhos (parto normal ou cesariana), induzir e subentender que marcar a data do parto seria um benefício contradiz totalmente com o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde, pelo Ministério da Saúde, e Pelo Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.<br />
<br />
Ao contrário do que é sugerido pelo vídeo, no setor público as mulheres não escolhem a via de parto, sendo esta uma decisão baseada em indicações clínicas que tornem necessária uma intervenção cirúrgica. As evidências científicas indicam que a realização de uma cirurgia desnecessária aumenta os riscos de morbi-mortalidade materna e neonatal.<br />
<br />
Outra interpretação possível da mensagem é de que haveria possibilidade de reservar vaga em hospital antecipadamente. Porém, o Programa Mãe Paulistana não contempla tal procedimento, de acordo com as informações disponibilizadas pela própria Prefeitura de São Paulo. O que existe é uma Central de Regulação que presta apoio quando há falta de vagas.<br />
<br />
Diante dessa mensagem cujas duas possíveis interpretações carecem de fundamento, faz se necessária e urgente retificação da mensagem transmitida com nota de esclarecimento sobre os benefícios do parto normal. Solicitamos também que seja dada a devida publicidade a que o programa efetivamente propõe. Esse, sim, seria o compromisso do candidato com o que é melhor para a saúde das mulheres e seus bebês.<br />
<br />
Vale lembrar que, em todo o Brasil, as gestantes tem direito à no mínimo seis consultas de pré-natal pelo SUS. E na cidade de São Paulo, o vale transporte e a garantia de vagas nos leitos dos hospitais públicos municipais e conveniados com o SUS são direitos das gestantes desde 2001 (Lei Municipal nº 13.211 de São Paulo aprovada e sancionada por Marta Suplicy).<br />
<br />
Caso o candidato considere necessário expor sobre assuntos referentes à assistência à gestante durante sua gestão, sugerimos citar a Lei Estadual 13.069 de 2008 do Estado de São Paulo, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos serviços de saúde informar sobre o direito à presença do acompanhante no parto. Apesar de até hoje não estar sendo cumprida por muitos hospitais do Estado de São Paulo, é uma lei que foi promulgada durante sua gestão. Aproveitamos para salientar que também as Leis Estadual (Lei Estadual nº 10.241 de 1999) e Federal (Lei Federal nº 11.108 de 2005) do Acompanhante no Parto continuam sendo desrespeitadas em muitos hospitais públicos e particulares do Estado de São Paulo.<br />
<br />
Gostaríamos ainda de saber qual foi a intenção da menção de que é “Tudo de graça” quando sabemos que se trata de direitos garantidos por lei e assistência pública à saúde. Desde 1988, com a promulgação da Constituição da República, a saúde é direito de todos e dever do Estado, financiada por tributos para os quais a população inteira contribui. Não é de graça, pagamos por isso.<br />
<br />
O Brasil não pode mais permitir propaganda enganosa.<br />
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Parto do Princípio<br />
Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa<br />
<br />
Uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação parto e nascimento.<br />
<br />
<a href="http://www.partodoprincipio.com.br/">http://www.partodoprincipio.com.br/</a><br />
<br />
Mais informações, acesse:<br />
<br />
Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal<br />
<br />
<a href="http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32350&janela=1">http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32350&janela=1</a> <br />
<br />
Programa Mãe Paulistana<br />
<br />
<a href="http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/mae_paulistana/estrutura.asp">http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/mae_paulistana/estrutura.asp</a> <br />
<br />
Parto Normal: mais segurança para a mãe e o bebê<br />
<br />
<a href="http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=20911">http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=20911</a>Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-72606336090493280432010-06-24T10:03:00.000-07:002010-06-24T10:03:36.626-07:00Contra fatos não há argumentos, parte IIA Dr Melania é uma grande ativista pela humanização do parto no Brasil. Está publicando uma série de artigos no site Guia do Bebê e eu vou sempre colocar o link pra eles aqui.<br />
O primeiro é <a href="http://guiadobebe.uol.com.br/parto/parto_normal_vs_cesarea_parte_1_a_magnitude_do_problema.htm">Parto Normal vs. Cesárea: a magnitude do problema</a>.<br />
Muito bem escrito, com total embasamento científico. Pra explodir de orgulho!Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-48038153577061372902010-06-24T10:01:00.000-07:002010-06-24T10:01:36.772-07:00Contra fatos não há argumentosAdoro quando essas coisas saem na mídia. Comprovam por estudos o que a natureza nos ensina há séculos, e mesmo assim, teimamos em fechar os olhos e não enxergar.<br />
Parto normal pode passar ao bebê bactérias 'boas' da mãe<br />
Bebês nascidos por parto normal ou cesariana desenvolvem bactérias diferentes no corpo<br />
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<br />
Recém-nascidos podem ser inoculados com "boas" bactérias durante o parto, e os que nascem de cesariana ´podem perder essa oportunidade', informam cientistas. <br />
<br />
O estudo mostra que os bebês nascidos de parto normal saíam revestidos por bactérias benignas do corpo da mãe, enquanto que os nascidos cirurgicamente tinham bactérias mais genéricas na pele. <br />
<br />
Para ler na íntegra, <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,parto-normal-pode-passar-ao-bebe-bacterias-boas-da-mae,569961,0.htm">clique aqui</a>.<br />
<br />
Fonte: EstadãoAline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-57817900922171263042010-06-24T09:59:00.000-07:002010-06-24T09:59:05.021-07:00Relatos de Parto = Palavras de AmorDurante a gravidez eu li muitos, muitos, muuuuitos relatos de parto. Em casa, em hospitais, em casas de parto... aqueles relatos, aquelas palavras, me moviam, me levavam para onde eu realmente queria estar no momendo do nascimento da minha filha: um parto ativo, onde eu pudesse ter escolhas, e essas escolhas fossem respeitadas.<br />
Foram muitas lágrimas de emoção, algumas de tristeza, lendo o que algumas mulheres passam para vivenciar o que deveria ser o momento mais comemorado e feliz de sua vida, a sua feminilidade expressada com o grau máximo que ela pode ter...<br />
Tudo isso pra dizer que um dos melhores que eu li foi o da <a href="http://www.pedromerlin.blogger.com.br/">Pati Merlin</a>, doula de Curitiba, que ela gentilmente autorizou que eu colocasse o link aqui para vcs lerem. Não consegui achar o link certinho do relato, mas não é uma postagem mto antiga no blog, então, tá facil de achar.Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-83139879912085114552010-06-22T11:58:00.000-07:002010-06-22T11:58:21.248-07:00Teste seu médicoEste <a href="http://www.amigasdoparto.com.br/teste.html">teste</a> está disponível no site <a href="http://www.amigasdoparto.com.br/index.html">Amigas do Parto</a>. Toda gestante deveria andar com ele embaixo do braço.<br />
Essa é uma lista bem humorada de perguntas a se fazer ao seu obstetra. Na verdade é um teste para verificar que tipo de médico ele é: do mais intervencionista ao mais liberal. Apesar do tom informal, as "respostas certas" foram inspiradas nas evidências científicas e nas recomendações da Organização Mundial da Saúde. <br />
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<strong>1) Qual a sua postura em relação à "cesárea x parto normal"?</strong> <br />
a) O parto normal é o melhor, mas só dá para saber na hora. <br />
b) Hoje em dia não faz sentido ter bebê por parto normal, com as técnicas de cirurgia tão avançadas e seguras. A recuperação é rápida e graças aos novos antibióticos, antinflamatórios, antitérmicos e analgésicos, você pode ter uma vida quase normal em menos de 2 meses. <br />
c) O parto normal é melhor, mas na sua idade (ou com o seu peso, ou nessa época do ano, ou para uma pessoa sensível como você) a cesárea é mais garantida. <br />
d) O parto normal é melhor e pelo menos 90% das mulheres podem dar à luz naturalmente. Você também tem tudo para ter um parto normal e nós vamos nos preparar para isso! <br />
<br />
<strong>2) Quais intervenções no parto você considera essenciais?</strong> <br />
a) O que eu uso nos partos é o soro com ocitocina (hormônio) para acelerar as contrações, episiotomia (corte no períneo) e rompimento da bolsa aos 5 cm de dilatação. Mas às vezes tenho outras idéias durante o parto. Depende do dia e dos meus compromissos. <br />
b) Eu uso as intervenções apenas em raros casos, até porque a maioria delas podem ter efeitos colaterais indesejáveis. A natureza pensou em tudo, para a grande maioria das mulheres. <br />
c) Só a anestesia, porque acho que a mulher não deve sentir dor. O resto varia de mulher para mulher. <br />
d) Só a episiotomia, porque o parto pode destruir a vagina da mulher e provocar incontinência urinária. <br />
<br />
<strong>3) Em que posição posso dar à luz? Posso ter um parto de cócoras?</strong> <br />
a) Ra ra ra ra.... Parto de cócoras? Você não é índia, é? A mulher de hoje não tem musculatura para ficar de cócoras. Você quer ser partida ao meio, minha filha? <br />
b) Semi-reclinada, pois no centro obstétrico da maternidade onde atendo, tem uma mesa de parto que permite que a paciente eleve um pouco as costas. <br />
c) Da forma que você se sentir mais confortável, podendo ser de cócoras, de quatro, de lado ou de outro jeito que você inventar. A única posição que eu procuro não incentivar é deitada, porque o bebê pode ter o suprimento de oxigênio comprometido. <br />
d) Como assim? Existe outra posição para dar à luz que não seja deitada?<br />
<br />
<strong>4) Qual será sua postura caso eu recuse alguns procedimentos que você esteja recomendando?</strong> <br />
a) O parto é seu. Você decide o que é melhor. Se eu indicar um procedimento, vou te explicar porque, vantagens e desvantagens, mas quem tem que resolver é você. <br />
b) Eu não recomendo procedimentos. Eu faço. Na hora do parto você não tem condições de discutir o que é bom para você. Aliás, desde o início da gravidez a mulher tem o comportamento alterado, bem como a capacidade de discernimento. <br />
c) Eu terei que abandonar o atendimento e chamar um plantonista, pois não quero me responsabilizar pelas desgraças que podem acontecer ao seu bebê. <br />
d) Você não tem o direito de recusar um procedimento que está sendo prescrito para o bem do seu bebê. <br />
<br />
<strong>5) Até quanto tempo você espera na gestação, antes de indicar procedimentos por "passar da data"?</strong> <br />
a) Eu espero até 40 semanas. Depois disso faço a cesárea. Nem tento a indução, porque é tempo perdido. Ou você prefere arriscar a vida do seu filho e viver com esse peso pro resto dos seus dias? <br />
b) A gestação normal vai de 38 a 42 semanas. O que eu proponho é um cuidado mais intenso depois que passa de 41 semanas. Mas a princípio, enquanto o bebê e a placenta estiverem bem, eu não faço nada. Passadas 42 semanas, podemos começar a pensar em indução do parto. <br />
c) Eu espero até 40 semanas. Depois disso interno para induzir com soro. <br />
d) Eu espero até 41 semanas e depois interno para induzir com citotec. <br />
<br />
<strong>6) Você tem o hábito de pedir permissão e informar tudo o que você acha necessário fazer durante a gestação e o parto? </strong><br />
a) Como assim, pedir permissão? Eu estudei 10 anos, trabalho há 15 anos com partos e sei o que estou fazendo. Se for pedir permissão para fazer tudo, vou passar o dia nessa lenga-lenga com minhas pacientes. <br />
b) Só peço permissão quando acho que o procedimento vai doer. <br />
c) Não faço nem um exame vaginal sem pedir permissão, pois o corpo é seu, o parto é seu. Meu dever é fazer o melhor, desde que você me permita e entenda o que está acontecendo. <br />
d) Depende do dia, pois às vezes depois de 2 plantões seguidos, eu fico meio impaciente. <br />
<br />
<strong>7) Qual é a sua taxa de cesáreas?</strong> <br />
a) Não sei, não tenho contado ultimamente... Se é alto? Não considero alto, porque hoje em dia as mulheres só querem cesárea. A culpa não é minha. Elas já chegam com uma ideia pré-concebida. <br />
b) Minha taxa de cesárea é baixa, cerca de 40-45%... <br />
c) A taxa é de 20%.. De partos normais.. <br />
d) Minha taxa de cesárea está perto de 25%, o que ainda considero alta, mas estou tomando algumas providências para tentar baixar para os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde <br />
<br />
<strong>8) Posso levar meu marido e uma acompanhante (doula) para o meu parto?</strong> <br />
a) Por mim você pode levar qualquer pessoa que faça você se sentir segura e tranqüila. <br />
b) Porque? Você vai dar uma festinha no centro obstétrico? Quer ver seu marido desmaiando? Eu acho que um acompanhante já é muito. <br />
c) Pode levar só o marido, mas só depois que ele fizer a preparação comigo, porque eu quero um aliado, não um inimigo me vigiando. <br />
d) Não, eu acho que acompanhantes atrapalham, perturbam o ambiente, fazem muita pergunta, deixam a mulher insegura, ficam questionando o médico. Eu não atendo a família, eu atendo a gestante! <br />
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<strong>9) Você acha possível um parto normal depois de uma cesárea?</strong> <br />
a) Você está louca? Quem andou falando uma bobagem dessas para você? Deixa disso, minha filha, isso é coisa de natureba inconseqüente. <br />
b) É possível, mas tem que usar fórceps para não ter um período expulsivo prolongado. <br />
c) É possível se o trabalho de parto não passar de 4 horas. <br />
d) É possível e é uma ótima opção, com grandes chances de dar certo. <br />
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<strong>10) Você acha que tendo uma gestação de baixo risco posso ter meu bebê em casa?</strong> <br />
a) Sim, o local do parto deve ser escolhido por você e seu marido. Se essa f or sua opção, devemos tomar algumas precauções, como ter um hospital relativamente perto para o caso de precisarmos de remoção. Mas geralmente não há necessidade. <br />
b) Sim, mas eu não atendo partos domiciliares. Posso tentar te indicar um médico que faça. <br />
c) Você enlouqueceu? Quer matar seu bebê? Quer se matar? Já pensou como é agradável sangrar até a morte com sua família te olhando sem ter o que fazer? <br />
d) Sim, mas é muito arriscado. Muito mesmo. Você está com ideias muito românticas sobre o parto. Deveria fincar os pés no chão. <br />
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<strong>11) Devo fazer um curso de preparação para o parto?</strong> <br />
a) É bom, não porque você não sabe o que é certo, mas o curso vai te dar dicas preciosas, vai te dar boas sugestões para um parto agradável, vai te dar dicas de amamentação. No mais, você vai entrar em contato com outras gestantes, o que pode ser uma experiência bastante enriquecedora. <br />
b) Bobagem. Na hora eu te digo o que é certo ou errado. Eu estudei 10 anos, pratiquei mais 15 e te garanto que sei fazer um parto. É só você ficar deitada quietinha que tudo vai dar certo. <br />
c) Faça apenas o curso do hospital, para saber onde é a entrada, como são as rotinas do hospital, como se comportar e o que esperar. <br />
d) Tanto faz. Você também pode ler essas revistas para mãezinhas que tem todas as dicas que você precisa de enxoval, decoração, exames médicos e tal. <br />
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<strong>12) Quantos exames de ultrassom eu devo fazer ao longo da gestação?</strong> <br />
a) O ideal é fazer em todas as consultas e por isso eu já tenho um aparelho aqui no consultório. A gente já vai vendo a carinha do bebê, como ele se mexe, todas as partes do corpo e tudo o mais. <br />
b) Você deve fazer pelo menos 4 para ver se o crescimento do bebê está bom. <br />
c) Eu recomendo fazer o menor número possível de exames, pois ainda não foi totalmente provado que o ultrassom é inóquo. Algumas pesquisas apontam para uma posssível alteraçao no cérebro em bebês que passam por muitos exames na gestação. Só vou pedir esses exames se tivermos que confirmar algum diagnóstico. <br />
d) O máximo que o seu plano de saúde permitir antes de vir aqui me atazanar a paciência. <br />
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Resultados - some os pontos: <br />
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1- a(2) / b(1) / c(2) / d(3) <br />
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2- a(1) / b(3) / c(2) / d(2) <br />
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3- a(1) / b(2) / c(3) / d(1) <br />
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4- a(3) / b(1) / c(2) / d(1) <br />
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5- a(1) / b(4) / c(2) / d(3) <br />
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6- a(1) / b(2) / c(3) / d(1) <br />
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7- a(1) / b(2) / c(1) / d(3) <br />
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8- a(3) / b(1) / c(2) / d(1) <br />
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9- a(1) / b(2) / c(2) / d(3) <br />
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10- a(3) / b(2) / c(1) / d(2) <br />
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11- a(3) / b(1) / c(2) / d(1) <br />
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12- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)<br />
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Se seu médico fez entre 12 e 20 pontos: Fuja, saia correndo, ligue dizendo que você não está grávida, era um engano, foi apenas má digestão. Você tem certeza que ele tem um diploma válido em território nacional? Ter um parto com esse médico e sair ilesa é tão garantido quanto acertar na Megasena, sem ter comprado um bilhete. <br />
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Se seu médico fez entre 21 e 30 pontos: É melhor você trocar de médico e procurar alguém mais antenado com as novas tendências em atendimento obstétrico. Seu médico pode até ser bem intencionado, mas definitivamente é mal informado. Pode ser que dê um bom ginecologista, mas como parteiro deixa muito a desejar! <br />
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Se seu médico fez entre 31 e 37 pontos: O cara é fera, conhece e aplica as recomendações da Organização da Saúde e as evidências científicas. Aparentemente evita procedimentos médicos que podem atrapalhar o trabalho de parto. É respeitoso e honesto. Parece um cara do bem, um bom partido. Me arruma o telefone dele? <br />
<strong><em>Ana Cris Duarte</em></strong><br />
<strong><em>Amigas do Parto</em></strong>Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1016339525872403702.post-51222357915852557542010-06-22T05:40:00.000-07:002010-06-22T05:41:37.740-07:00Sexo é saúde, Saúde é vida, Vida é Parto, Parto é Sexo...Muitas amigas minhas, quando grávidas, me perguntavam como ficava a vida sexual durante os nove meses. Eu também já tive essa dúvida. A minha experiência foi ótima. Os hormônios a mil, não tinha tempo ruim que atrapalhasse a nossa festa...rsrs...<br />
Mas muitas mulheres temem por essa fase. Medo de machucar o bebê, prejudicar a gravidez, ou coisas do gênero. O ato sexual se assemelha muito com um parto ativo. Vejamos: um acontecimento que precisa de intimidade entre as pessoas envolvidas, onde a mulher se sinta segura e à vontade pra se expressar, gemer ou até gritar, se isso a fizer se sentir bem. Uma luz baixa, talvez uma música que relaxe. Sem muito barulho, um ambiente de tranquilidade.<br />
Eu posso estar descrevendo um parto ou incríveis horas de amor. Os hormônios que agem durante o trabalho de parto são os mesmos que atuam durante o ato sexual. Mas o fato é que vivemos em uma sociedade onde (parafreseando um e-mail da lista Parto Nosso, mais uma vez!) usar tapa-sexo como única roupa no carnaval pode, mas experimente tirar o peito da blusa pra amamentar seu filho em público, pra ver.<br />
Bom, tudo isso é pra falar que a Kalu escreveu no blog <a href="http://www.mamiferas.blogspot.com/">Mamíferas</a> um texto incrível sobre o assunto, e o link está <a href="http://mamiferas.blogspot.com/2010/06/parto-e-sexo.html">aqui</a>, para o deleite de todos. Boa leitura!Aline Thais de Melohttp://www.blogger.com/profile/06252217409415182047noreply@blogger.com2