Aqui, a Bia com 1 ano e 8 meses, mamando, mamando, mamando...
Tem quase seis meses que a Bia desmamou. Exatamente no dia
17 de fevereiro de 2012, sábado de Carnaval, ela me falou: “mãe, eu não quero
mais mamar!”. É verdade, ela já havia falado o mesmo em outras ocasiões, e em
todas elas, voltou atrás.
Mas daquela vez, foi diferente. Já há muitos dias, talvez
alguns meses, a amamentação vinha gradualmente diminuindo. Só de noite ou só de
manhã. Não a amamentava mais de madrugada, mesmo que ela me chamasse durante a
noite e eu fosse deitar na sua cama. Fizemos um acordo: “o tetê precisa dormir,
descansar”, eu dizia.
Sim, por que três anos e três meses de amamentação estavam
me cansando. Em alguns momentos, até me estressando. Quando chegava a nossa
casa e tinha os serviços domésticos para fazer, e a Bia queria ficar mamando...
quando estava dormindo, às 3 horas da manhã, depois de amamentar bastante, e
mesmo assim a Bia queria ficar mamando.
Mas mesmo nos momentos de mais cansaço, eu lembrava de duas
coisas: amamentar até tarde foi minha opção. E quando ela parasse de mamar,
seria para sempre. E o para sempre chegou. Naquele sábado de manhã, quando ela
me disse: “mãe, eu não quero mais mamar!”.
Depois de uns cinco ou seis dias, a Bia disse que queria o
‘mamá’. Mas eu não dei. Disse que havia acabado, que o tetê estava estragado.
Achei que era a hora de ajudar a força de vontade dela. A Bia passou, então, a
dormir com freqüência na casa da avó paterna. Muitas vezes, não queria voltar
para casa. Eu me senti uma ‘marmita vazia’. O desmame não foi fácil nem para
ela, nem para mim.
Passamos algum tempo com ela pedindo e eu negando. Até que
ela parou de pedir. Hoje, não sei se ela se lembra de quando ainda mamava. Ás
vezes ela fala: “Lembra, mãe, quando eu mamava no seu peito? Agora eu já
cresci”, ela diz.
Confesso que sinto muita falta da amamentação. De deitar com
ela e dar o peito até ela dormir. De viver esse momento que era só nosso, que
ninguém podia substituir.
Ainda hoje, em 90% das noites ela só dorme se deitarmos
juntas. Ela não quer mais dormir na avó ou em nenhum outro lugar em que o pai e
eu não estejamos.
A nossa ligação forte, o nosso laço estreito, que muitos
falavam que iria diminuir com o fim da amamentação, continua cada vez maior. Me
orgulho muito de ter amamentado o quanto foi possível, de ter feito o que eu
sempre disse que iria fazer: dar de mamar até quando minha filha quisesse.
E esses dias, deitadas para dormir, depois de rezarmos para
o Anjo da Guarda, ela falou: “Obrigada, Deus, por ter uma mãe tão boa, que
cuida de mim com carinho”. Chorando, claro, eu agradeci a Deus por ter uma
filha tão especial, esperta e inteligente, que me faz querer ser, a cada dia,
uma pessoa melhor.
Bia com 3 anos e 2 meses, um pouco antes de parar de mamar
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